Nem o ex-diretor de comunicação do premiê David Cameron saiu ileso do escândalo da News Corp. (Peter Macdiarmid/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2011 às 12h43.
Londres - Andy Coulson, ex-diretor de comunicação do primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, foi detido nesta sexta-feira sob suspeita de corrupção e intercepção de telefones enquanto era editor do jornal "News of the World", informou a agência britânica "PA".
Coulson havia comparecido a uma delegacia de Londres para prestar depoimento sobre o caso das escutas telefônicas praticadas no jornal, que será publicado neste domingo pela última vez.
O jornalista, de 43 anos, renunciou de seu cargo como assessor de Cameron em janeiro passado ao se ver implicado pelo escândalo, apesar de ter reiterado que não sabia da prática de interceptar celulares quando era editor da publicação.
O chefe do governo britânico anunciou nesta sexta-feira que será iniciada uma investigação judicial e outra sobre ética jornalística paralelamente à operação policial realizada pela Scotland Yard, por meio da qual já foram detidos, além do ex-editor, outros três jornalistas.
Cameron defendeu nesta sexta-feira sua decisão de contratar Coulson como diretor de comunicação e disse que assumia sua responsabilidade, assegurando que havia pedido garantias de que não estava implicado nos escândalos.
A detenção de Coulson foi antecipada nesta quinta-feira pelo jornal "The Guardian", que também adiantou que nos próximos dias outro repórter do tabloide será preso.
O presidente do grupo News International, James Murdoch - filho do magnata Rupert Murdoch -, anunciou nesta quinta-feira que o jornal, a edição dominical do "The Sun" e o de maior tiragem do país, publicará neste domingo sua última edição, para enterrar o assunto dos escutas.
O escândalo estourou em 2006 e terminou com a prisão do setorista da família real do tabloide, Clive Goodman, e seu parceiro, o detetive Glen Mulcaire, por terem violado as caixas de mensagens de telefones celulares de personalidades da vida pública britânica, incluindo membros da realeza.
A investigação foi reaberta há alguns meses quando vários famosos denunciaram que seus telefones haviam sido invadidos, entre eles a atriz Sienna Miller, e o caso se complicou nesta semana ao ser divulgado que o jornal também tinha grampeado os aparelhos de uma menina assassinada e parentes de soldados mortos no Iraque.