. ( krisanapong detraphiphat/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 5 de dezembro de 2025 às 10h29.
O bilionário John Morgan, fundador do Morgan & Morgan, um dos maiores escritórios de advocacia de danos pessoais dos Estados Unidos, com presença em todos os 50 estados, revelou ao Business Insider as cinco mentalidades que considera fundamentais para conquistar e manter sua fortuna avaliada em US$ 1,5 bilhão.
Filho mais velho de cinco irmãos, Morgan cresceu em uma família com sérias dificuldades financeiras. Hoje, além da atuação jurídica, é dono de shoppings, hotéis, empresas de publicidade e atrações científicas. Mas, diferente da imagem comum de grandes empresários, ele ainda é assombrado por sonhos em que está preso em um carro velho, sem dinheiro e sem saída. O medo de voltar ao ponto de partida e a consciência constante dos riscos o mantém alerta, e milionário.
Para executivos, CFOs, líderes financeiros e profissionais que atuam com a saúde econômica de grandes corporações, as lições de Morgan revelam mais do que estratégias pessoais: são pilares de uma mentalidade corporativa voltada à sustentabilidade, à eficiência e à autonomia financeira. As informações foram retiradas do Business Insider.
Mesmo após décadas à frente de uma empresa multibilionária, Morgan admite: “Eu não sei como isso aconteceu e acho que um dia vão descobrir”. A síndrome do impostor não o paralisou, pelo contrário, se tornou uma aliada estratégica. Inspirado na filosofia de Andy Grove, ex-CEO da Intel, ele repete: "Só os paranoicos sobrevivem".
É essa “paranoia” que o faz começar todos os dias conferindo relatórios: número de atendimentos, casos novos, desempenho de suas atrações. Para ele, entender seus próprios números é uma obsessão, e uma das maiores garantias de controle e reação rápida diante de ameaças ou oportunidades.
Para quem atua nas finanças corporativas, essa vigilância constante é fundamental. Ter domínio absoluto dos indicadores e processos financeiros é o que permite prever riscos e evitar surpresas, inclusive na alta gestão.
Morgan enxerga a sorte como um fator real, mas que só atua quando o profissional se coloca em movimento. “A vida é feita de mil curvas à esquerda, mil à direita. Um caminho diferente e tudo teria mudado”, afirma.
Foi essa filosofia que o levou a investir pesado em publicidade jurídica em 1977, quando o marketing para advogados ainda era malvisto. Ele contraiu um empréstimo de US$ 100 mil e apostou contra a maré. O telefone começou a tocar quase imediatamente.
No mundo corporativo, a lição é clara: oportunidades raramente são evidentes no início. É preciso visão para enxergá-las antes dos concorrentes e coragem para agir enquanto os outros ainda hesitam. Ter uma área financeira capaz de avaliar cenários e embasar decisões de alto risco pode ser o diferencial entre estagnar e escalar.
O conselho mais marcante veio do pai, um homem que perdeu inúmeros empregos ao longo da vida: “Seja um profissional. Ninguém pode te demitir”. Morgan internalizou a ideia e prometeu a si mesmo que seria autônomo.
Para isso, começou vendendo anúncios nas Páginas Amarelas enquanto cursava Direito. Fundou seu próprio escritório ainda nos anos 1980, bem antes dos colegas de profissão. A independência passou a ser uma obsessão, e um princípio financeiro.
Nas empresas, essa mentalidade se traduz em estruturar operações com base na solidez e na autonomia financeira. Uma área de finanças corporativas bem estruturada precisa pensar além da sobrevivência mensal: deve projetar, construir e proteger a independência da organização, seja frente a credores, investidores ou concorrentes.
“Escalar e delegar” é o mantra de Morgan hoje. Se antes ele dirigia pessoalmente de advogado em advogado para fechar casos, hoje sua atuação se concentra em decisões estratégicas.
O segredo? Montar uma equipe de “pessoas send-delete”, profissionais que resolvem demandas assim que as recebem, sem necessidade de acompanhamento. Ele delega aos poucos, testando a confiança. Quando identifica eficiência, amplia o escopo de autonomia.
Em estruturas corporativas, especialmente nas áreas financeiras, esse modelo garante agilidade e evita gargalos. Profissionais sêniores devem ser capazes de tomar decisões com base em dados e alinhamento estratégico, sem depender da validação constante da liderança.
Contrariando boa parte da teoria financeira moderna, Morgan evita dívidas sempre que possível. “A dívida te engole”, afirma. Ele teve experiências diretas no setor bancário nos anos 1980 e viu de perto como os juros compostos funcionam como uma “tsunami”.
Embora tenha feito uma exceção no início do seu escritório, quando pegou dinheiro emprestado para investir em marketing, hoje ele se orgulha de não ter “nenhuma dívida, nenhum aval pessoal em nada”. Ele prefere pagar à vista, mesmo em investimentos vultosos como shoppings ou hotéis.
Para empresas, especialmente em períodos de alta volatilidade econômica, essa visão conservadora pode ser uma estratégia de proteção. O equilíbrio entre alavancagem e solidez deve ser constantemente revisado, e cabe à área financeira estabelecer os limites entre crescimento acelerado e risco desnecessário.
As decisões de John Morgan não seguem fórmulas. Elas seguem princípios, muitos dos quais têm profundo impacto na estruturação financeira de qualquer empresa. Delegar, evitar dívidas, perseguir oportunidades, manter-se vigilante e construir independência são ações que, somadas, pavimentaram sua jornada até o topo.
No mundo das finanças corporativas, essas mentalidades não apenas inspiram, elas podem ser aplicadas. Adaptadas à realidade de cada organização, funcionam como ferramentas poderosas para proteger, escalar e transformar negócios.
Morgan não é um gênio excêntrico. Ele é um operador atento, pragmático e disciplinado. E talvez seja justamente isso que faz da sua trajetória uma lição valiosa para quem lida com os números que sustentam grandes decisões.
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