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Equatorial avaliará ativos de distribuição da Eletrobras e Light

Com bilhões de reais em caixa, a elétrica mostra o interesse por ativos importantes colocados à venda por companhias que buscam reduzir endividamento

Equatorial: "Na verdade, a empresa está olhando todas (oportunidades de aquisição)" (Ina Fassbender/Reuters)
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Reuters

Publicado em 4 de agosto de 2017 às 16h30.

São Paulo  - A Equatorial Energia vai analisar todas as possíveis oportunidades de investimento que possam surgir com a privatização de ativos de distribuição da estatal Eletrobras e também está de olho na Light, colocada à venda pela mineira Cemig, disse à Reuters uma fonte com conhecimento do assunto.

Com bilhões de reais em caixa, a elétrica que tem como principais acionistas a gestora de recursos Squadra Investimentos, o Opportunity e a BlackRock mostra o interesse dos investidores por ativos importantes no setor elétrico colocados à venda por companhias que buscam reduzir endividamento.

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"Na verdade, a empresa está olhando todas (oportunidades de aquisição)... todo processo de venda, ela vai olhar", disse a fonte, na condição de anonimato, acrescentando que a empresa já foi sondada pelos controladores da Light.

No caso das distribuidoras da Eletrobras que atuam no Norte e Nordeste, a aproximação da Equatorial com a estatal ainda depende do desenrolar do processo de venda, cujas discussões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) começaram neste mês, com ligeiro atraso ante o cronograma inicial.

As distribuidoras da Eletrobras, que enfrentam fortes prejuízos e têm péssimos indicadores de qualidade do serviço, teriam forte sinergia com os negócios da Equatorial, pela proximidade geográfica.

A Eletrobras atua em distribuição no Acre, Alagoas, Amazonas, Rondônia, Roraima e Piauí, enquanto a Equatorial controla atualmente as elétricas Celpa e Cemar, no Pará e no Maranhão.

A princípio, a Equatorial acredita que todas as empresas podem ser boas oportunidades de geração de valor, e por isso a definição sobre os alvos específicos da companhia dependerá principalmente do preço que será atribuído para a privatização de cada ativo, disse a fonte, que é familiarizada com os planos da elétrica.

"A grande questão mesmo, nos processos, vai ser o custo-benefício... qual é o preço de entrada", disse a fonte.

Recursos para tais investidas não faltariam. A Equatorial fechou o primeiro trimestre com um total de quase 2,7 bilhões em caixa, ante dívidas de 5,5 bilhões de reais --isso significa uma alavancagem medida pela relação entre dívida líquida e geração de caixa de 1,8 vez, considerada baixa para uma empresa de infraestrutura.

A Equatorial também já mostrou que tem expertise em reverter a situação de empresas em dificuldades, como é o caso das concessionárias da Eletrobras, que somaram prejuízo total de quase 7 bilhões de reais em 2016.

Em suas investidas anteriores no setor de distribuição, a Equatorial comprou a Cemar e a Celpa em meio a crises financeiras pelo valor simbólico de 1 real, em ambas ocasiões (2004 e 2012).

Atualmente, as companhias geram lucro e têm conseguido bons indicadores de qualidade, com a Cemar no topo de um ranking de qualidade no serviço feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A Celpa ficou em 14° lugar, mas era a pior do país ao ser comprada pela Equatorial.

A Equatorial não comentou o assunto, pois está em período de silêncio.

De olho em tudo

A Equatorial também vai avaliar a Light, responsável pela distribuição de energia na região metropolitana do Rio de Janeiro, após a estatal mineira Cemig, controladora da elétrica, ter anunciado que busca compradores para o ativo em meio a um plano de desinvestimentos para reduzir dívidas.

"Qualquer operação na rua a empresa vai olhar... até para acompanhar como o mercado está evoluindo", disse a fonte.

A Cemig pretende vender a totalidade da Light, que inclui também ativos em geração. Ainda não há uma definição, no entanto, se as unidades de geração e distribuição da empresa serão negociadas em conjunto.

Segundo a fonte, a Equatorial não descarta investimentos em geração, mas esse "não é o principal foco" da companhia.

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