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Empresas ainda não compreendem a geração Y, diz estudo

Segundo pesquisa da Oxford Economics e da SAP, companhias estão enganadas quanto ao que os jovens querem e, por isso, seguem despreparadas para lidar com eles


	Jovens da geração Y: o que eles buscam não é muito diferente do que anseiam os mais velhos
 (Marcelo Spatafora / VOCÊ S/A)

Jovens da geração Y: o que eles buscam não é muito diferente do que anseiam os mais velhos (Marcelo Spatafora / VOCÊ S/A)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 12 de setembro de 2014 às 15h39.

São Paulo - Empregadores ainda não conseguem compreender a geração Y e estão despreparados para lidar com uma força de trabalho diversificada. É o que revela uma pesquisa recente das consultorias Oxford Economics e SAP. 

O estudo ouviu 5.400 funcionários e executivos de empresas de 27 países, incluindo o Brasil, e foi divulgado nesta quinta-feira no seminário SuccessConnect 2014, em Las Vegas, nos Estados Unidos.

De acordo com o material, embora 51% dos executivos considerem que a geração Y provoca grandes impactos em suas estratégias empresariais, menos de um terço diz que está dando a devida atenção a ela. 

Essa desconexão, sugerem os resultados, acontece porque os jovens são mal compreendidos pelas companhias. Ao contrário do que se acredita, a pesquisa mostra que essa geração tem desejos e preocupações muito parecidas com as das anteriores. 

Independente da idade, por exemplo, a compensação (salários e incentivos financeiros) competitiva foi considerada o atributo mais importante que um trabalho pode oferecer por dois terços dos respondentes (68% trabalhadores da geração Y e 64% dos de outras gerações).

Em seguida, foram citados o cumprimento de metas (por 32% dos jovens e 30% dos veteranos) e o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal (por 29% dos mais velhos e 31% dos membros da geração Y). 

Além de concordarem que a compensação justa é a característica mais significativa de um emprego, 41% dos millennials e 38% dos mais velhos dizem que uma alta remuneração os faria mais fiéis e mais engajados a uma organização. 

Do outro lado, a apreensão de não conseguir acompanhar a evolução da tecnologia foi mencionada como a principal preocupação pelos trabalhadores de diferentes gerações, superando inclusive (com o dobro de citações) o medo de ser demitido. 

Também contrariando o senso comum, foi constatado no levantamento que os jovens não estão mais predispostos a deixar um emprego nos primeiros seis meses do que os veteranos. 

Treinamentos

A pesquisa também aponta que as empresas pecam na hora de dar suporte às suas equipes, tanto do ponto de vista do investimento nas pessoas quanto em tecnologias avançadas. 

Menos de metade dos trabalhadores ouvidos disse que a companhia em que atua ministra muitos treinamentos e oferece a tecnologia necessária. Menos de um terço deles afirma que recebe do empregador a tecnologia mais atual disponível. 

O problema é confirmado pelos executivos: apesar de citarem o alto nível educacional e os treinamentos institucionais como uma qualidade que eles valorizam nos empregados, só 23% afirmam que oferecem o desenvolvimento como um benefício. 

Além disso, só 34% deles disseram que têm feito progresso em construir uma força de trabalho capaz de cumprir metas de negócios futuros. 

O papel da liderança

O estudo também indica que a liderança das organizações ainda precisa se adaptar às mudanças. Só 34% dos executivos entrevistados concordam que seus líderes estão preparados para lidar com uma força de trabalho diversificada e apenas 44% deles dizem que os chefes estão equipados para conduzir a empresa ao sucesso.

Mudança no contingente

Não é só a diversidade de gerações que irá mexer com o contingente das empresas. Segundo a pesquisa, o modelo de trabalho predominante atualmente também será alterado. Para os próximos anos, a tendência é que as companhias contem cada vez mais com mão de obra temporária.

Entre os executivos ouvidos, 83% admitiram que vão trabalhar com mais cargos não permanentes e com consultores. 

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