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Para Embraer , é cedo para dizer que o pior já passou

Apesar da alta de 31% no lucro do segundo trimestre, a Embraer mantém cautela

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A Embraer, terceira maior fabricante mundial de jatos comerciais, fechou o segundo trimestre de 2009 com um lucro líquido de 466,9 milhões de reais, o equivalente a uma alta de 31% em relação ao apurado entre abril e junho do ano passado (356,5 milhões de reais). No entanto, mesmo com esse significativo crescimento, a companhia brasileira ainda não enxerga melhoria na demanda e, por isso, se mantém cautelosa diante do comportamento do mercado aéreo.

“Ainda é cedo pra dizer que o pior já passou, as nossas vendas ainda estão em um nível muito baixo. Não houve uma retomada para os segmentos comercial e executivo, dois grandes “puxadores” de nossos negócios”, afirmou Luiz Carlos Aguiar, vice-presidente executivo da Embraer.

O maior ganho da companhia, enfatizado por Aguiar, não foi o aumento no lucro no segundo trimestre, mas a forma de como a empresa conseguiu se ajustar em função da sua atual carteira de pedidos. A fabricante trabalhou fortemente em sua estrutura de custos e despesas e, agora, busca mantê-la.

As despesas operacionais somaram 265,4 milhões de reais entre abril e junho, o que corresponde a uma redução de 12,4% comparada ao mesmo período do ano passado. No mesmo sentido, as despesas comerciais atingiram 155 milhões de reais, um decréscimo de 11,8% no período, ante aos 175,8 milhões de reais do ano passado. Já os gastos administrativos não obtiveram grande variação, registrando 98,2 milhões de reais no trimestre.

Os ajustes vêm ocorrendo desde o final do ano, mas só foi intensamente percebido pelo mercado a partir do anúncio de demissão de mais de quatro mil funcionários (20% da mão-de-obra) em fevereiro deste ano. O vice-presidente Aguiar afirmou não haver nenhuma possibilidade de contratação no momento, uma vez que o mercado aéreo continua desaquecido.

Segundo a Embraer, o aumento de 11,5% (3,019 milhões de reais) da receita líquida no segundo trimestre contra o mesmo período de 2008 deve-se principalmente à alta de 25,2% da taxa média de câmbio na comparação entre os períodos. Outro indicador que cresceu foi a margem bruta, com aumento de 22,1%, ante aos 20,9% de 2008.

“A volatilidade do câmbio é um desafio para a nossa gestão. Nossa política, no momento, é de prevenção do caixa. Estamos apostando na produtividade interna, cuidando das despesas e custos e não em uma política agressiva de investimento”, disse Aguiar.

Seguindo a mesma lógica de contenção de gastos, Aguiar descartou a hipótese de distribuir dividendos aos acionistas neste momento. “Vamos esperar passar mais tempo, assim poderemos anunciar a distribuição de dividendos no momento certo”, disse Aguiar.

Produção de aviões

A companhia entregou 56 aeronaves no segundo trimestre de 2009, quatro aeronaves a mais do que no ano passado. E a previsão total é de entregar 242 aeronaves comerciais, executivas e militares até o final do ano. Nos seis primeiros meses do ano as entregas totalizaram 96 aviões.

Porém, essa estimativa deve ser revista para baixo caso a empresa não consiga alcançar o montante de 55 a 60 jatos executivos Phenom 100 até setembro.
 

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