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Em meio à denúncia de grampo, Vale diz reforça inteligência

A segunda maior mineradora do mundo aguarda o término de uma auditoria realizada internamente para então tirar suas conclusões sobre o caso


	A mineradora é acusada de ter usado grampo para monitorar grupos contrários às suas atividades e jornalistas
 (Juliana Borges/EXAME.com)

A mineradora é acusada de ter usado grampo para monitorar grupos contrários às suas atividades e jornalistas (Juliana Borges/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2013 às 23h45.

Rio de Janeiro - O presidente da Vale, Murilo Ferreira, reestruturou a área de inteligência da mineradora após assumir o cargo, modificando a estrutura da gestão anterior acusada de grampo telefônico por um ex-funcionário da empresa.

A segunda maior mineradora do mundo aguarda o término de uma auditoria realizada internamente para então tirar suas conclusões sobre o caso, afirmou o executivo nesta quinta-feira.

O executivo disse em teleconferência para jornalistas, convocada para comentar os resultados trimestrais, que a área de inteligência da Vale foi reestruturada na sua gestão, ao ser indagado sobre o assunto.

Mas, apesar da reestruturação realizada por Ferreira, a Vale afirmou nesta semana que não acredita nas acusações.

O presidente do Conselho de Administração da Vale, Dan Conrado, e Ferreira solicitaram uma auditoria sobre recentes denúncias de um ex-gerente da companhia que havia sido demitido por ter usado indevidamente o cartão corporativo da empresa, segundo a Vale.

A mineradora é acusada de ter usado grampo para monitorar grupos contrários às suas atividades e jornalistas.

"A Vale não compactua com este tipo de método e repudia qualquer atuação desta natureza na empresa, assim como não acredita que tais fatos tenham de fato ocorrido", afirmou a Vale em nota sobre o tema.

Guiné

Além desta acusação, a Vale está acompanhando investigações de corrupção supostamente realizada por seu sócio na Guiné.

Executivos disseram nesta quinta-feira estarem confiantes de que nada de ilegal foi praticado pela Vale.

Documentos submetidos a um tribunal federal dos EUA em Nova York relatam que Frederic Cilins, ligado a empresa BSG Resources, parceira da Vale na Guiné, ofereceu subornos para garantir os direitos de mineração para a concessão de Simandou, totalmente detida pela Rio Tinto até 2008.


A BSG Resources e a Vale detêm a concessão de lavra para a metade de Simandou, uma das maiores descobertas do mundo de minério de ferro, mas o trabalho foi suspenso no ano passado depois que o governo começou a rever a licença do projeto.

A BSG, controlada pelo bilionário Beny Steinmetz, tem repetidamente negado as acusações do governo da Guiné, de que pagou subornos para obter os seus direitos de mineração e disse que Cilins não era um empregado.

A Vale procurou se distanciar de seu parceiro, dizendo que não tinha conhecimento das ações Cilins e não teve nenhuma participação em quaisquer ações tomadas pelo Grupo BSG em conexão com a atribuição da concessão Simandou.

A empresa vendeu à Vale uma participação de 51 por cento da concessão em 2010 por 2,5 bilhões de dólares, mas apenas 500 milhões de dólares foram pagos. A Vale se negou a pagar o restante recentemente, argumentando que as metas de desenvolvimento do projeto não foram cumpridas, conforme antecipou a Reuters.

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