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Eletrobras: um novo passo numa privatização improvável

ÀS SETE - Nesta sexta-feira, o Diário Oficial traz o decreto assinado por Temer que autoriza o início dos estudos para privatização da estatal

Eletrobras: (Reprodução/Google/VEJA)

Eletrobras: (Reprodução/Google/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2018 às 07h20.

Última atualização em 20 de abril de 2018 às 07h29.

O Diário Oficial desta sexta-feira traz o decreto assinado pelo presidente Michel Temer (MDB) que autoriza o início dos estudos para privatização da Eletrobras. É mais uma tentativa de animar o mercado e mostrar agenda positiva do governo. O efeito prático da medida, porém, é nenhum.

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A capitalização só será avaliada quando o projeto for aprovado pelo Congresso Nacional, onde a medida está travada. A comissão especial da Câmara sobre o tema pouco andou, com a nomeação dos parlamentares e algumas audiências públicas. A intenção do governo era aprovar a proposta até maio.

Não está com cara de que vai sair. No meio da semana, o presidente Temer chegou a convocar os líderes da base aliada para discutir a concessão da estatal.

Ouviu que apesar de ser uma das bandeiras econômicas do governo, parte da base ainda não se convenceu que as desestatizações são agendas positivas em um ano eleitoral, mesmo como plano de fundo de um discurso de recuperação da economia e melhora das contas públicas.

A preocupação não é despropositada. Sete em cada dez brasileiros, ou 70%, são contra as privatizações de empresas estatais brasileiras, segundo pesquisa de dezembro do instituto Datafolha.

Pesa também a nomeação de Moreira Franco (MDB) ao cargo de ministro de Minas e Energia. Sua chegada causou debandada de quadros técnicos da empresa, que conduziam as conversas sobre a privatização.

As turbulências fizeram a empresa perder 4 bilhões de reais em valor de mercado na semana seguinte à nomeação de Moreira. Os papeis acumulam queda de 13% desde a escolha.

A desvalorização indispõe ainda mais o grupo de parlamentares reticente a defender a venda da Eletrobras, pois podem ser acusados pela oposição de “vender barato” a parte da União na empresa, uma fatia de 63,1% das ações.

Convencer esse pessoal não será fácil. O relógio corre e a Copa do Mundo vem aí. Depois dela, creem especialistas do setor, é impossível pensar em privatização ainda neste governo.

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