Negócios

Eles voltaram: depois de Floripa e POA, patinetes desembarcam no Rio e irão chegar a São Paulo

A empresa russa Whoosh está investindo R$ 40 milhões na operação do Rio de Janeiro, que começa neste sábado, 22, com 1.000 patinetes

Francisco Forbes, da Whoosh: queremos chegar a 50.000 patinetes até 2026 (Whoosh/Divulgação)

Francisco Forbes, da Whoosh: queremos chegar a 50.000 patinetes até 2026 (Whoosh/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 21 de junho de 2024 às 09h30.

Última atualização em 21 de junho de 2024 às 16h17.

Tudo sobreStartups
Saiba mais

Os patinetes estão de volta à cidade do Rio de Janeiro a partir deste sábado, 22. Quem está por trás da nova empreitada é a companhia russa Whoosh, que tem 300.000 veículos em mais de 60 países. 

A operação começa com 1.000 patinetes por bairros bem conhecidos nas novelas de Manoel Carlos, como Ipanema, Leblon e Lagoa. Ao longo dos meses, o serviço deve avançar por um circuito até a região do Museu no Amanhã. 

Neste desembarque em terras cariocas, a Whoosh está investindo cerca de R$ 40 milhões. O valor contabiliza gastos com pessoal e equipamentos. Até aqui, já foram colocados em torno de R$ 70 milhões na operação nacional. 

Como a empresa chegou ao Brasil

O movimento marca uma fase inicial no processo de expansão da empresa, que inclui a chegada a São Paulo nos próximos meses. A Whoosh entrou no Brasil no ano passado, quando abriu operações em Florianópolis, em Santa Catarina, e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

No comando, está Francisco Forbes, investidor local e CEO da Whoosh. O empreendedor foi um dos fundadores da Infracommerce e passou os últimos anos no projeto Hyperloop - iniciativa de transporte ultrarrápido  de Elon Musk recém-descontinuada - período em que conheceu a Whoosh. Lançada na Rússia em 2019, a empresa usa o apelo de micromobilidade urbana e abriu o IPO na Bolsa de Moscou, em 2022.

Chamado de ‘louco’ pelos amigos para investir em patinetes, Forbes afirma que a nova operação buscou aprender com os erros do primeiro boom dos patinetes por aqui. Ainda antes da pandemia, os veículos tomaram as ciclovias, ciclofaixas e até as calçadas. 

O crescimento desorganizado, marcado por falta de regulamentação, é lembrado por episódios caóticos, com roubos de equipamentos, acidentes, usos indevidos e patinetes largados em qualquer canto. 

Francisco Forbes: já investimos mais de R$ 70 milhões na operação brasileira (Whoosh/Divulgação)

Entre os negócios, a americana Lime não resistiu nem 6 meses de operação e anunciou a saída em 2019. No mesmo período, a brasileira Yellow fundiu a operação com a mexicana Grin, criando a Grow, empresa que chegou ao fim após a Justiça de São Paulo decretar a sua falência em 2023.

O que a empresa aprendeu com o primeiro ciclo dos patinetes

“Quer queira ou não, nós nos beneficiamos muito com os aprendizados dos erros do passado, tanto na operação quanto do patinete em si”, afirma Forbes. “O patinete não tem nenhuma parte móvel, é muito pesado e muito estável, tem uma suspensão na roda dianteira e a roda dianteira é bem maior. A bateria é à prova d'água, tem várias coisas que fomos inovando ao longo do tempo”. 

Segundo o empreendedor, na lista de diferenciais estão ainda:

  • Chips de geolocalização, para evitar furtos; 
  • Balança, impedindo que mais de uma pessoa suba ao patinete ao mesmo tempo; 
  • Os pontos de estacionamento, para que os patinetes sejam deixados em lugares específicos;  
  • A velocidade dos patinetes é controlada à distância, mantendo o limite permitido pelo Contran, conselho de trânsito nacional. No Rio de Janeiro, por exemplo, vai começar com o limite de 18 km por hora.

“Nós temos investido em educação dos usuários, mas também na fiscalização  e punição. Nós já bloqueamos mais de 12.000 usuários no Brasil por uso indevido”, afirma Forbes. 

No modelo da Whoosh, onomatopeia para o movimento dos patinetes, o usuário paga R$ 2,00 e um custo adicional de R$ 0,80 por minuto. A empresa também trabalha com planos semanais e mensais, semelhante ao formato da Tembici, de aluguel de bicicletas. 

Quais os planos de expansão

Ao mesmo tempo em que entra no Rio de Janeiro, a Whoosh já negocia a abertura da operação em São Paulo. A expectativa do empreendedor é que os patinetes comecem a circular pela cidade nos próximos meses. 

“Nós estamos em conversas para lançar no começo do segundo semestre. Nós iremos começar em algumas regiões e expandir progressivamente. São Paulo é uma cidade que tem capacidade para mais de 20.000 equipamentos”, afirma. 

O objetivo da empresa é terminar o ano com mais de 10.000 patinetes em funcionamento. A conta faz parte de um plano maior: contar com 50.000 dispositivos em 2026. 

Para fazer essa roda girar para outros destinos, a Whoosh deve lançar mão no ano que vem de algumas formas de financiamento, hoje sustentadas com recursos de Forbes e da Whoosh Internacional.  

Neste ano, a projeção da empresa é de faturar em torno de R$ 70 milhões. Segundo a empresa, a unidade de Florianópolis já está no positivo e Porto Alegre, antes das enchentes, caminhava para o breakeven. Agora, deve levar um pouco mais de tempo para chegar ao azul.

Acompanhe tudo sobre:StartupsMobilidade

Mais de Negócios

A 'pandemia' de ansiedade movimenta este negócio milionário de chás e rituais para relaxar

O negócio dele resolve problemões na saúde e, de quebra, fatura milhões

Desenrola Pequenos Negócios: como PMEs podem renegociar dívidas com descontos de até 95%

CMR Surgical cresce e impulsiona cirurgia robótica na América Latina