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Eike pode pagar até 30% mais por plataforma fabricada no Brasil

Gargalo de fornecedores encarece projetos do bilionário no setor de petróleo

Eike Batista: fabricação local tem seu preço até para o bilionário (Divulgação)

Eike Batista: fabricação local tem seu preço até para o bilionário (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de agosto de 2011 às 18h00.

São Paulo – O desejo de Eike Batista de construir suas plataformas de petróleo no Brasil vão lhe custar caro, pelo menos, no médio prazo. “Num primeiro momento, as plataformas podem sair até 30% mais caras no Brasil”, afirma Luiz Carneiro, presidente da OSX, a empresa de Eike responsável pela construção de equipamentos para o setor petrolífero.

No geral, a OSX enfrenta os mesmos problemas que a Petrobras, a gigante brasileira do setor, para tocar seus projetos. Entre os maiores, estão a falta de mão-de-obra qualificada e o gargalo dos fornecedores. Depois de décadas de ostracismo, a indústria naval foi sacudida pela descoberta do pré-sal e pelo início das atividades da OGX, a petrolífera de Eike.

O problema é que, sem estímulo, os fornecedores não desenvolveram uma capacidade adequada para atender à nova demanda. E isso se complica, diante da exigência do governo de que as companhias petrolíferas garantam uma taxa média de nacionalização de 65% em seus projetos.

A OGX encomendou à sua irmã OSX sete plataformas de petróleo (cinco flutuantes e duas fixas). A primeira, a FPSO-OSX 1, será entregue neste sábado (13/8), em Singapura, à empresa pelo estaleiro Keppel. Outras duas plataformas flutuantes já foram encomendadas ao país asiático: a OSX 2 e OSX 3.

Pimenta local

A empresa de Eike está construindo, no Rio de Janeiro, um estaleiro no superporto de Açu. A primeira plataforma que deve ser fabricada pela companhia no Brasil é a OSX 4. Sua entrega está prevista para o segundo trimestre de 2014. É neste projeto que o peso do custo de fabricação local pode se manifestar.

Para reduzir o impacto, a empresa adotou uma série de medidas. Uma delas é a padronização dos projetos, que permitirá a encomenda de pacotes de equipamento e tecnologia, a fim de ter mais poder de barganha com os fornecedores.

Com exceção da primeira plataforma, a OSX 1, as outras quatro terão capacidade para processar 100.000 barris por dia de óleo e armazenar 1,3 milhão de barris.

Outra iniciativa é começar a formar a mão de obra necessária para os projetos. A OSX assinou um contrato com a Federação das Indústria do Rio de Janeiro (Firjan) para isso. “Vamos qualificar 7.800 pessoas”, afirmou Luiz Carneiro, presidente da OSX.

Segundo o executivo, embora o custo da primeira plataforma possa ser maior que uma similar fabricada em outro país, a tendência é o valor convirja para a média mundial. “Queremos ser tão competitivos quanto os concorrentes globais”, diz.

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