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De Itaú a Mercado Livre: as pedras no caminho da PagSeguro

As ações da PagSeguro na bolsa de Nova York fecharam o dia em queda de 14,77%, sendo agora avaliada em 9 bilhões de dólares

Maquininhas: para o banco Credit Suisse, ainda não está claro o tamanho da vantagem da companhia por ter sido a primeira a desbravar um novo nicho no setor (NYSE/Reprodução)

Maquininhas: para o banco Credit Suisse, ainda não está claro o tamanho da vantagem da companhia por ter sido a primeira a desbravar um novo nicho no setor (NYSE/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2018 às 07h00.

Última atualização em 20 de junho de 2018 às 07h22.

Qual o novo patamar de valor da empresa de pagamentos PagSeguro? É uma pergunta que deve começar a ser respondida nesta quarta-feira, depois de uma terça-feira caótica para a empresa conhecida por ter popularizado as maquininhas de cartões de créditos para empreendedores individuais e pequenos comerciantes.

As ações da PagSeguro na bolsa de Nova York fecharam o dia em queda de 14,77%, sendo agora avaliada em 9 bilhões de dólares. O motivo da queda é um anúncio feito após o fechamento do pregão da segunda-feira: uma oferta subsequente de ações, que pode movimentar até 1,2 bilhão de dólares. O problema, na visão dos analistas, é que o UOL, controlador da empresa, deve vender até 715 milhões de dólares em ações e embolsar o dinheiro. Como a PagSeguro abriu o capital há menos de seis meses, a “pressa” chamou a atenção do mercado.

O banco Credit Suisse rebaixou o preço alvo de 32 dólares para o patamar atual, de 27, e chamou a ação de “muito negativa”. A partir de hoje, passada a surpresa, analistas devem se ater a dois tipos de competição que devem determinar o sucesso futuro da companhia de cartões.

A primeira é mais de curto prazo, e está diretamente relacionada ao principal negócio da PagSeguro: as maquininhas. Para o Credit, ainda não está claro o tamanho da vantagem da companhia por ter sido a primeira a desbravar um novo nicho no setor. Seu sucesso atraiu uma infinidade de competidores, de novatas como a SumUp a competidores mais tradicionais, como o Cielo, que devem continuar com campanhas de marketing e com promoções de tarifas que tendem a reduzir o potencial de crescimento da PagSeguro. Até mesmo o Itaú estuda lançar um produto para microempresas, o que pode acirrar ainda mais a competição.

O outro desafio da PagSeguro é a capacidade de concorrer em novos segmentos, notadamente os pagamentos online. Nesta seara, um dos principais concorrentes, como destaca o Credit Suisse, é o Mercado Pago, empresa de pagamentos da gigante de e-commerce Mercado Livre. O Mercado Pago tem duas vantagens competitivas: experiência online e um serviço de empréstimos para microempreendedores. São dois nichos de negócio naturais para uma expansão da PagSeguros no médio prazo, assim como uma entrada mais incisiva no segmento bancário.

Ou seja: a PagSeguro tem que mostrar que tem vantagens competitivas em seu mercado, e tentar derrubar as vantagens competitivas da concorrência em novos segmentos. O grau de confiança dos investidores na estratégia da companhia deve ficar claro a partir desta quarta-feira.

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