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CSN foca em queda de custo e dívida para o semestre

Siderúrgica buscará reduzir seus custos e impulsionar as vendas de produtos de maior valor agregado neste semestre para reduzir seu nível de endividamento


	Alto-Forno da CSN: siderúrgica deverá focar na redução do seu nível de endividamento neste semestre
 (Alexandre SantAnna/Veja Rio)

Alto-Forno da CSN: siderúrgica deverá focar na redução do seu nível de endividamento neste semestre (Alexandre SantAnna/Veja Rio)

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Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2013 às 17h56.

São Paulo - A Companhia Siderúrgica Nacional buscará reduzir seus custos e impulsionar as vendas de produtos de maior valor agregado neste semestre para reduzir seu nível de endividamento, afirmaram executivos do grupo nesta quarta-feira, após a empresa divulgar resultado melhor do que o esperado pelo mercado no segundo trimestre.

A empresa também está reduzindo investimentos previstos para este ano, em cerca de 600 milhões de reais.

A dívida líquida da CSN fechou o segundo trimestre a 16,85 bilhões de reais, 8 por cento maior que um ano antes. A relação entre endividamento e geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) subiu para 3,92 vezes, acima da meta de cerca de 3 vezes.

"Estamos cientes sobre os níveis de dívida, mas vemos em paralelo que empresa naturalmente terá crescimento nos resultados operacionais e isso terá impacto positivo na alavancagem", disse o diretor financeiro, David Salama, em teleconferência com analistas.

Os executivos da CSN evitaram afirmar, durante a conversa com analistas, se pretendem ou não aumentar os preços do aço no próximo meses, como forma de ajudar na redução da dívida do grupo, em um cenário de aumento dos custos dos insumos, como o minério de ferro e carvão, e de um câmbio que torna o produto estrangeiro mais caro no mercado doméstico.

A CSN elevou seus preços de aço em meados do primeiro semestre, o que, juntamente como o aumento do volume de vendas, ajudou nos resultados da companhia no segundo trimestre. A receita por tonelada vendida subiu 4 por cento do primeiro para o segundo trimestre, a 1.944 reais.

No segundo trimestre, a CSN registrou lucro líquido bem acima do esperado pelo mercado, de 502 milhões de reais, o que levava as ações da companhia a subirem mais de 4 por cento na Bovespa nesta quarta-feira.


Em relatório, analistas da corretora Ativa consideraram o resultado como "marginalmente positivo", com destaque para o nível de produção acima do esperado de minério de ferro.

Segundo o diretor comercial da CSN, Luis Fernando Martinez, o mercado brasileiro passa por fase de excesso de oferta de aço plano, com a entrada em operação de novas usinas, como a da agora rival Gerdau, que é compensada por queda nas importações diretas. Contudo, esse cenário pode mudar pois o governo decidiu não renovar aumento de Imposto de Importação do aço, concedido em setembro de 2012 e válido por um ano.

Investimento Menor

Com a meta de baixar a alavancagem para cerca de 3 vezes o Ebitda até o final do ano, a CSN reduziu previsão de investimento este ano para 3 bilhões de reais, nível semelhante a 2012.

A empresa pretende investir 1,9 bilhão de reais no segundo semestre, após ter investido 1,1 bilhão de reais na primeira metade do ano, disse Salama. Em maio, após os resultados do primeiro trimestre, o executivo havia citado previsão de investimento de 3,6 bilhões de reais este ano.

Do volume de investimentos no segundo semestre, a maior parte, 800 milhões de reais, será voltada para construção da ferrovia Transnordestina, projeto em que investidores ainda não têm clareza sobre o retorno.

Salama disse que a CSN tem negociação "bastante adiantada" com o governo federal para um novo modelo de negócios da ferrovia. Isso deve gerar "impacto bastante positivo no balanço da companhia, viabilizará o financiamento para o término do projeto e criará visibilidade para o retorno de capital investido", disse o executivo, sem citar prazos.


A CSN também estima investir 570 milhões de reais na área de mineração no segundo semestre. O diretor da divisão, Daniel dos Santos, comentou que a expansão de capacidade de porto em Sepetiba (RJ) para 45 milhões de toneladas por ano está dentro do cronograma definido para o final de 2013.

Além disso, a empresa toca a duplicação da capacidade de sua mina Casa de Pedra, para 40 milhões de toneladas anuais, projeto que deve ser concluído no final de 2014.

Em siderurgia, a CSN prevê investimento de 280 milhões de reais no segundo semestre. Os recursos incluem início em setembro da operação da primeira fábrica de aços longos da companhia, projeto que sofreu cerca de dois anos de atraso, disse Martinez.

ThyssenKrupp, Namisa

Prolongando a angústia de investidores sobre possível oferta firme pelos ativos que a ThyssenKrupp colocou à venda nas Américas em maio do ano passado, Salama comentou apenas que "neste momento não há nenhuma transação ou contrato firmado que justifique fato relevante adicional".

A CSN é citada há meses por fontes próximas da situação como interessada na Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), que causou prejuízos bilionários ao grupo alemão com estouro de orçamento e prazos de construção. Em meados de julho, fonte próxima da situação afirmou à Reuters que a venda da usina não era iminente.

Outro ponto de incerteza sobre a CSN --a negociação com sócios asiáticos para criação de uma única grande unidade de produção de minério de ferro reunindo a mineradora Namisa, a mina Casa de Pedra e ativos de logística-- segue sem prazo para uma definição.

Salama afirmou apenas que as conversas estão tendo "boa evolução" e que a conversas serão finalizadas "em breve".

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