Negócios

Credores da Varig reprovam plano de recuperação da empresa

Decisão, porém, não é definitiva, pois a Justiça do Rio ainda analisará os resultados e pode reverter o resultado

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

A assembléia de credores da Varig rejeitou, na noite desta segunda-feira (17/7), o plano de reestruturação da empresa, apresentado pela sua ex-subsidiária VarigLog. Quem derrubou a proposta foram os credores das classes 2 e 3 (credores qualificados, com garantias de recebimento, como o fundo de pensão Aerus, empresas de leasing, e estatais, como Banco do Brasil, Infraero e BR Distribuidora). Os credores da classe 1 são os funcionários da Varig.

A decisão não é definitiva, porque a votação foi cercada de muita polêmica e impugnações de voto. Nesta terça-feira (18/7), a consultoria Deloitte, administradora judicial da Varig, encaminhará os resultados da votação ao juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio, responsável pela recuperação judicial da empresa. Ayoub analisará informações como critérios de impugnação e os argumentos dos grupos contrários e favoráveis ao plano da VarigLog. Com esses dados, o juiz pode reverter a decisão da assembléia. Não está claro, porém, se o leilão de venda, marcado para 19 de julho, seria mantido nesta data, caso Ayoub contrarie a decisão dos credores.

Considerada pelo presidente da companhia aérea, Marcelo Bottini, como a única alternativa à falência, a proposta da VarigLog é debatida por credores, Justiça, empresa e consultores há cerca de um mês e chegou a ser reapresentada para elucidar pontos obscuros, como a capacidade de pagar as pesadas dívidas da Varig, hoje perto de 8 bilhões de reais.

Entre os pontos, estão a demissão de cerca de 9.000 funcionários, mantendo apenas de 1.500 a 2.000 empregados na "nova Varig", além de outros 50 na empresa velha. O plano prevê cerca de 90 milhões de dólares para pagar indenizações decorrentes dos cortes.

Os credores de classe 1 receberiam o pagamento de 50 milhões de reais em debêntures, com vencimento de até 10 anos. Os credores de classes 2 e 3 receberiam outros 50 milhões. A VarigLog se comprometeu também a honrar o programa de milhagens Smiles e os bilhetes já emitidos.

"Preocupação"

O resultado contrariou os interesses dos funcionários da Varig, que votaram favoravelmente ao plano, ainda que este contenha um grande programa de demissões. "Recebemos a notícia com muita preocupação. Os empregados querem a continuidade da empresa, ainda que menor, para que possam continuar trabalhando", afirma Graziella Baggio, presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas.

Assim como o presidente da empresa, Marcelo Bottini, Graziella também não descarta que a rejeição da proposta da VarigLog seja a pá de cal nas esperanças de resgatar a aérea do atoleiro de dívidas e queda de participação de mercado em que está. "Pelas declarações dos envolvidos, o juiz responsável pelo caso [Luiz Roberto Ayoub] pode até decretar a falência da empresa", diz. "É preciso que o juiz analise o resultado da assembléia muito minuciosamente para decidir o próximo passo do processo", afirma.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Negócios

11 franquias mais baratas do que viajar para as Olimpíadas de Paris

Os planos da Voz dos Oceanos, nova aventura da família Schurmann para livrar os mares dos plásticos

Depois do Playcenter, a nova aposta milionária da Cacau Show: calçados infantis

Prof G Pod e as perspectivas provocativas de Scott Galloway

Mais na Exame