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Convocações de greve no setor aéreo agitam céus da Europa

Dentro de semanas, sindicatos em cinco países pediram aos funcionários da Ryanair que aderissem à greve

Ryanair: greves de funcionários após retomada do tráfego aéreo estão afetando as companhias do setor (Ryanair/Divulgação)
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AFP

Publicado em 21 de junho de 2022 às 14h21.

Às portas da temporada de verão, o céu europeu está nublado com a multiplicação de greves de funcionários de várias empresas exigindo melhores condições de trabalho diante da retomada acelerada do tráfego aéreo após a pandemia.

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O descontentamento na Ryanair se espalhou como fogo. Dentro de semanas, sindicatos em cinco países pediram aos funcionários da companhia que aderissem à greve no próximo fim de semana.

Na Espanha, França, Bélgica, Portugal e Itália, os comissários de bordo exigem respeito ao direito laboral e um aumento salarial à empresa irlandesa, que deverá registar neste verão uma atividade superior à de 2019.

Na França, "a companhia não respeita os tempos de descanso, conforme previsto no código da aviação civil", disse o representante do Sindicato Nacional do Pessoal da Navegação Comercial (SNPNC) Damien Mourgues.

Sua organização também pede uma reavaliação salarial para os trabalhadores que recebem o salário mínimo interprofissional.

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Nos dias 12 e 13 de junho, uma greve já provocou o cancelamento de um quarto dos voos da Ryanair na França, ou seja, cerca de quarenta voos.

Na Espanha, os sindicatos USO e SITCPLA convocam os comissários de bordo da empresa irlandesa à greve nos dias 24, 25, 26 e 30 de junho, bem como nos dias 1 e 2 de julho.

A indignação também atingiu outra empresa de baixo custo, a britânica EasyJet. O sindicato USO planeja nove dias de greve em julho nos aeroportos de Barcelona, Málaga e Mallorca.

Segundo esta organização, "os comissários de bordo da EasyJet na Espanha ganham atualmente um salário base de 950 euros" (1.000 dólares) por mês, ou seja, o "menor salário" de "todas as bases da Europa".

Todo verão

Em Portugal, os funcionários da Ryanair também são chamados à mobilização de 24 a 26 de junho para protestar contra a degradação das condições de trabalho. E também na Bélgica haverá manifestações.

Há uma semana, Michael O'Leary, CEO da empresa, minimizou esses movimentos sociais. "Garantimos 2.500 voos por dia. A maioria desses voos continuará garantida, mesmo que um sindicato 'Mickey' entre em greve", disse ele em entrevista coletiva em Bruxelas.

No domingo, os pilotos da Ryanair decidiram juntar-se aos comissários de bordo e pediram uma paralisação a partir de sexta-feira.

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Os funcionários da companhia nacional Brussels Airlines, subsidiária da Lufthansa, farão greve a partir de quinta-feira durante três dias.

As companhias aéreas de baixo custo, especialmente a Ryanair, tiveram um aumento dramático na atividade desde a suspensão das restrições anticovid.

Com a rápida retomada do tráfego, muitas companhias aéreas tiveram que cancelar voos por falta de pessoal, como a EasyJet.

Nos aeroportos, a falta de pessoal também causou inúmeros cancelamentos e filas intermináveis de passageiros.

Na segunda-feira, todos os voos saindo de Bruxelas-Zaventem foram cancelados após uma greve dos agentes de segurança.

E na França, em Paris-Charles de Gaulle, um dos aeroportos mais importantes da Europa, os trabalhadores são convocados à greve a partir de 1º de julho.

A Federação Europeia dos Trabalhadores dos Transportes (ETF) alertou em uma carta aberta na segunda-feira que "o caos que o setor aéreo enfrentará só piorará durante o verão, enquanto os trabalhadores estão sobrecarregados".

Os movimentos grevistas do setor multiplicam-se por toda a Europa e a ETF "incentiva a continuar a luta durante todo o verão", assegurou Livia Spera, secretária-geral da federação.

(AFP)

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