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Conselheiros pedem orientação contra presidência da Usiminas

O pedido é mais um capítulo na disputa de poder envolvendo os dois principais acionistas da Usiminas, os grupos Nippon Steel e Techint

Usiminas: a carta é assinada pelo presidente do conselho da Usiminas, Elias Brito, e mais dois conselheiros indicados pela Techint (Kiko Ferrite/EXAME)

Usiminas: a carta é assinada pelo presidente do conselho da Usiminas, Elias Brito, e mais dois conselheiros indicados pela Techint (Kiko Ferrite/EXAME)

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Reuters

Publicado em 13 de dezembro de 2016 às 17h36.

São Paulo - Conselheiros do grupo siderúrgico Usiminas enviaram à Comisssão de Valores Mobiliários (CVM) nesta terça-feira um pedido de orientação que esperam que possa servir de base para novos questionamentos contra a atual diretoria da produtora de aços planos.

O pedido é mais um capítulo na disputa de poder envolvendo os dois principais acionistas da Usiminas, os grupos Nippon Steel e Techint, que se arrasta desde 2014.

A carta é assinada pelo presidente do conselho da Usiminas, Elias Brito, e mais dois conselheiros indicados pela Techint.

O documento ainda conta com assinatura de Francisco da Costa e Silva, representante dos acionistas minoritários, e Luiz Carlos de Miranda Faria, indicado pelos funcionários da empresa.

O conselho da Usiminas é formado por 11 membros, sendo três indicados por Nippon Steel e três pela Techint.

Dois dos membros são conselheiros independentes aprovados em abril deste ano pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), após queixas apresentadas pela rival CSN, maior acionista minoritária da Usiminas.

"Com uma orientação da CVM a gente teria embasamento para uma nova eleição" da diretoria da Usiminas, disse o conselheiro Guilherme Poggiali Almeida, indicado pelo grupo Techint.

"Temos expectativas de termos um posicionamento da CVM sobre a interinidade da diretoria da Usiminas, que já passa de dois anos... A gente entende que deveria prevalecer a decisão do conselho", disse Almeida.

Ele se referiu a uma eleição do executivo Sergio Leite para a presidência da Usiminas em maio, durante uma reunião do conselho de administração que acabou sendo anulada pela Justiça de Minas Gerais após queixa da Nippon Steel.

"Os conselheiros signatários entendem que, apesar de tentarem agir conforme determinam seus deveres fiduciários, estão sendo impedidos por decisão judicial", afirmam os representantes do colegiado da siderúrgica na carta enviada à CVM.

Representantes da Usiminas e da Nippon Steel não comentaram o assunto de imediato. O grupo japonês defende há meses que a eleição de Leite para a presidência da Usiminas violou acordo de acionistas e a Lei das SA.

Segundo Almeida, o pedido de parecer encaminhado à CVM conta também com o apoio dos dois conselheiros aprovados pelo Cade. Procurado, Gesner de Oliveira, um dos dois conselheiros independentes ao lado de Ricardo Antônio Weiss, não pode se pronunciar de imediato.

Na carta, os conselheiros pedem para a CVM que reconheça "o quanto antes" a decisão de maio que elegeu Sergio Leite, atual diretor comercial da Usiminas, para ocupar o lugar de Rômel de Souza, indicado da Nippon Steel, na presidência-executiva da Usiminas.

Os conselheiros também querem que a CVM reconheça que "a situação de prolongada interinidade da atual diretoria" contraria a Lei das SA.

O documento marca um recrudescimento de tensões na Usiminas, que voltou a ser presidida por Souza em outubro.

Fonte próxima do assunto afirmou que a companhia ainda não conseguiu aprovação do conselho para o plano de investimentos para o próximo ano, que voltará a ser abordado em uma reunião marcada para janeiro.

Questionado sobre o assunto, Almeida afirmou que a diferença de visão da maioria do conselho de administração com o presidente da Usiminas tem atrapalhado decisões, que estão "levando mais tempo que o necessário" para serem tomadas.

No final de outubro, o vice-presidente financeiro da Usiminas, Ronald Seckelmann, previu que a empresa deverá investir cerca de 350 milhões de reais em 2017.

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