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Como presente de Natal, empresas de Trump ganharão boicote

Grupo Democratic Coalition Against Trump lançou o app "BoycottTrump" no iTunes e Google Play com uma listagem das empresas que devem ser evitadas

Manifestação contra o presidente eleito Donald Trump, em Berlim, dia 12/11/2016 (Sean Gallup/Getty Images)

Manifestação contra o presidente eleito Donald Trump, em Berlim, dia 12/11/2016 (Sean Gallup/Getty Images)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 4 de dezembro de 2016 às 08h00.

Última atualização em 4 de dezembro de 2016 às 08h00.

São Paulo - Os americanos que ficaram insatisfeitos com o resultado das urnas encontraram uma nova forma de demonstrar sua opinião sobre o presidente eleito Donald Trump: boicotando seus negócios.

Durante a campanha presidencial, Trump fez um apelo forte para parte da população dos Estados Unidos, porém seus comentários ofensivos atacando imigrantes e minorias causaram uma forte ruptura ideológica para outra parte dos americanos.

Enquanto os dias após as eleições foram marcados por fortes protestos por todo o país, a oposição contra o magnata também tenta outra abordagem para demonstrar a sua desaprovação, mirando a marca Trump e outros negócios que comercializam seus produtos ou apoiaram a campanha do magnata.

E agora existe até um aplicativo para ajudar no boicote.

O grupo Democratic Coalition Against Trump lançou o app "BoycottTrump" no iTunes e Google Play com uma listagem das empresas que devem ser evitadas caso a pessoa não queira apoiar economicamente o futuro presidente e seus associados.

Na primeira semana, ele já teve 11 mil downloads. Segundo a diretora de finanças da organização, Francesca Lucia, o principal objetivo é possibilitar um método transparente para que os americanos contrários a Trump consigam demonstrar sua oposição.

"Os Estados Unidos são fortemente guiados pelo consumo, então não há forma melhor de declarar que não concordamos com uma retórica ou política do que se recusando a comprar, especialmente com as festas se aproximando", diz Francesca. "Também queremos mostrar aos empresários que existem consequências em apoiar alguém que perpetua ódio e políticas divisórias".

O grupo não está sozinho. Outras campanhas semelhantes, como a The Resistance to Donald J. Trump em seu site e o #GrabYourWallet com uma planilha, ajudam os consumidores a evitar empresas e marcas como a Sears, Forbes, Bloomingdale's, New Balance, Marshalls, Amazon e até mesmo a Macy's, que tirou os produtos de Donald Trump de suas lojas, mas continuou com a marca de sua filha, Ivanka.

Segundo o Business Insider, apenas seis empresas, Macy's, Shoes.com, Bellacor, Wayfair, Zulily, RueLaLa e Stein Mart, aderiram ao boicote antes ou após a eleição.

A consultora Brand Keys, que analisa a força de marcas, não vê um prejuízo imediato para os negócios de Trump com a eleição. Na verdade, eles observaram uma nova valorização logo após a vitória. Antes de sua candidatura, o poder de sua marca pessoal gerava um valor adicional de 25%.

Como candidato, houve uma queda para 20% e com o escândalo da gravação de seus comentários sobre mulheres, foi para 8%. Como presidente eleito, a Brand Keys observou um acréscimo de 35% no poder da marca.

Não é possível calcular se os boicotes trarão algum dano para os empresários neste fim de ano. No entanto, depois de um conturbado ano eleitoral, alguns americanos poderão trocar presentes livres de Trump e com a consciência um pouco mais tranquila.

 

 

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