Como a startup DNA Conteúdo cresceu 47% em 2021 com 'edutainment'
Finalista do ranking EXAME Negócios em Expansão, a DNA quer popularizar vídeos 'padrão Netflix' nas universidades corporativas. Grandes empresas como BRF e GPA já compraram a ideia
Leo Branco
Publicado em 31 de julho de 2022 às 14h30.
Última atualização em 31 de julho de 2022 às 16h27.
O empreendedor paulistano Eduardo Mitelman, de 29 anos, costuma ficar muito entediado ao assistir uma aula online com alguém falando por minutos a fio na frente de uma câmera.
Apesar do incômodo, o tédio deu a ele uma ideia de negócio com expansão acelerada nos últimos anos.
Mitelman é fundador da DNA Conteúdo Digital, uma empresa de tecnologia dedicada a vídeos para capacitação de funcionários de grandes empresas.
Entre os clientes da DNA estão grandes empresas como BRF, Grupo Pão de Açúcar (GPA) e Faber-Castell.
Aberta em 2018, a DNA nadou de braçada no boom de cursos à distância gerados pela pandemia.
Em 2021, a receita operacional líquida da empresa, de 3,5 milhões de reais, foi 47% superior à do ano anterior.
Em vendas, a empresa movimentou 5 milhões de reais no ano passado — boa parte desta quantia deve virar caixa da empresa ao longo de 2022.
O resultado das receitas colocou a empresa na 23ª posição do ranking EXAME Negócios em Expansão na categoria das empresas entre 2 e 5 milhões de reais de receitas.
Formado em publicidade, Mitelman foi trainee da agência Young & Rubicam e teve uma experiência como produtor da Conspiração Filmes, onde esteve por trás de programas feitos para os canais Fox, SBT e MTV.
A proximidade com o audiovisual fez dele um inquieto com o rumo da educação online. "Volta e meia eu tentava aproveitar o tempo livre para aprender algo novo em casa", diz. "Começava e raramente terminava porque achava tudo maçante."
A aposta de Mitelman é no chamado " edutainment ", uma mistura de education com entertainment.
Na prática, isso quer dizer que os vídeos feitos pela DNA fazem tudo menos reproduzir no online o formato típico de sala de aula, com professor na frente de um quadro negro.
"As pessoas passam horas e horas na frente de um streaming do tipo Netflix ", diz. "A educação precisa seguir os passos do audiovisual para manter a relevância."
Na lista de roteiros feitos pela DNA estão ideias inusitadas como simular um telejornal para ensinar conceitos de liderança a gestores da BRF ou montar um talk show para apoiar o onboarding de funcionários do GPA.
Video as a service
Com o aumento na demanda em função da pandemia, a DNA abriu uma segunda frente de negócio: a Moov.me, uma plataforma online que é uma espécie de "video as a service".
Pelo site da Moov.me, empresas podem contratar um número pré-determinado de horas de trabalho da DNA para a montagem de vídeos curtos e sem tanta pirotecnia.
A promessa é de um vídeo pronto em até 72 horas. O alvo são empresas de pequeno e médio porte sem um grande orçamento à disposição para incursões no audiovisual.
É possível contratar um plano mensal por 7.200 reais, com direito a até 12 minutos de um vídeo finalizado e com legendas para redes sociais.
O objetivo é ganhar escala no público PME. De quebra, garantir receitas recorrentes e trabalho contínuo para uma equipe de 15 profissionais contratados e mais dezenas de freelancers conectados ao negócio da DNA.
Para 2022, a previsão é de um crescimento de 80%.
Até o momento, o negócio de Mitelman dispensou aportes de investidores.
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