Exame Logo

Como a Nike está lutando contra o uso de mão de obra escrava

Em entrevista ao Wall Street Journal, Mark Parker, presidente executivo da companhia, explica o que está fazendo para afugentar a imagem de empresa exploradora

Loja da Nike em Shangai: empresa vem lutando contra o trabalho escravo em seus fornecedores (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 22 de abril de 2014 às 18h18.

São Paulo - Em abril de 2013, o prédio de uma fábrica de roupas em Bangladesh desabou, matando 1.100 pessoas de uma só vez, no que ficou conhecido como o pior acidente do tipo no país.

Menos de um mês antes, a Nike havia terminado seu contrato com a Lyric Industries, que funcionava no país nos mesmos moldes da planta de Rana Plaza: em um prédio antigo, abarrotado de funcionários de diversas empresas, sem as menores condições de segurança e saúde para os funcionários.

A retirada da Nike do país não foi um golpe de sorte. Alguns meses antes, uma outra fábricante de roupas para marcas estrangeiras pegou fogo, matando 112 funcionários. O episódio levou a companhia a repensar suas atividades no local.

A Nike é uma das companhias que há mais tempo luta contra a imagem de ser uma multinacional conivente com a exploração do trabalho escravo e infantil por parte de seus fornecedores.

A fama começou a pegar em 1996, quando a revista Life publicou uma foto em que um menino paquistanês costurava bolas de futebol da marca. Desde então, a empresa tem tomado medidas para reverter esse quadro.

A Nike divulgou ações como trocar a cola à base de petróleo, extremamente prejudicial ao ambiente e aos trabalhadores que lidam com ela, por cola à base de água para os solados dos tênis e aumento na fiscalização de suas plantas no exterior.

Em entrevista ao jornal Wall Street Journal, Mark Parker, presidente executivo da companhia, afirmou que o modo de fazer negócio da Nike mudou nos últimos 20 anos.

"A ignorância não é uma bênção. É preciso entender todos os problemas sistêmicos que podem existir dentro do seu parceiro industrial e resolvê-los", disse.

Pensando nisso, a Nike criou cargos de fiscalização própria em todas as etapas do processo: na fabricação dos produtos, na cadeia de imoprtação de exportação e na pesquisa  e no desenvolvimento de produtos.

Reduziu as chances de os fornecedores aplicarem horas extras aos funcionários e diminuiu o número de parceiros, para poder fiscalizá-los melhor.

Ainda assim, a organização Worker Rights Consortium descobriu que, desde 2006, a Nike trabalhou com pelo menos 16 fornecedores que estavam fora dos padrões de saúde e segurança exigidos.

Ainda assim, a decisão de fechar a fábrica em Bangladesh é um começo. Com o fim da fábrica, as margens de lucro da companhia caíram de 46,4% para 43,6% no ano.

"Nossa decisão de conter nossa presença em Bangladesh é definitivamente produto de um entendimento de que há desafios que nós precisamos estar numa posição em que tenhamos controle", afirmou Parker.

Veja também

São Paulo - Em abril de 2013, o prédio de uma fábrica de roupas em Bangladesh desabou, matando 1.100 pessoas de uma só vez, no que ficou conhecido como o pior acidente do tipo no país.

Menos de um mês antes, a Nike havia terminado seu contrato com a Lyric Industries, que funcionava no país nos mesmos moldes da planta de Rana Plaza: em um prédio antigo, abarrotado de funcionários de diversas empresas, sem as menores condições de segurança e saúde para os funcionários.

A retirada da Nike do país não foi um golpe de sorte. Alguns meses antes, uma outra fábricante de roupas para marcas estrangeiras pegou fogo, matando 112 funcionários. O episódio levou a companhia a repensar suas atividades no local.

A Nike é uma das companhias que há mais tempo luta contra a imagem de ser uma multinacional conivente com a exploração do trabalho escravo e infantil por parte de seus fornecedores.

A fama começou a pegar em 1996, quando a revista Life publicou uma foto em que um menino paquistanês costurava bolas de futebol da marca. Desde então, a empresa tem tomado medidas para reverter esse quadro.

A Nike divulgou ações como trocar a cola à base de petróleo, extremamente prejudicial ao ambiente e aos trabalhadores que lidam com ela, por cola à base de água para os solados dos tênis e aumento na fiscalização de suas plantas no exterior.

Em entrevista ao jornal Wall Street Journal, Mark Parker, presidente executivo da companhia, afirmou que o modo de fazer negócio da Nike mudou nos últimos 20 anos.

"A ignorância não é uma bênção. É preciso entender todos os problemas sistêmicos que podem existir dentro do seu parceiro industrial e resolvê-los", disse.

Pensando nisso, a Nike criou cargos de fiscalização própria em todas as etapas do processo: na fabricação dos produtos, na cadeia de imoprtação de exportação e na pesquisa  e no desenvolvimento de produtos.

Reduziu as chances de os fornecedores aplicarem horas extras aos funcionários e diminuiu o número de parceiros, para poder fiscalizá-los melhor.

Ainda assim, a organização Worker Rights Consortium descobriu que, desde 2006, a Nike trabalhou com pelo menos 16 fornecedores que estavam fora dos padrões de saúde e segurança exigidos.

Ainda assim, a decisão de fechar a fábrica em Bangladesh é um começo. Com o fim da fábrica, as margens de lucro da companhia caíram de 46,4% para 43,6% no ano.

"Nossa decisão de conter nossa presença em Bangladesh é definitivamente produto de um entendimento de que há desafios que nós precisamos estar numa posição em que tenhamos controle", afirmou Parker.

Acompanhe tudo sobre:BangladeshEmpresasEmpresas americanasNikeTrabalho escravo

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Negócios

Mais na Exame