Aposta em TV+ e Card e risco com coronavírus: o balanço da Apple
Perspectivas são otimistas para o resultado do primeiro trimestre fiscal da companhia, que dobrou de valor no último ano
Da Redação
Publicado em 28 de janeiro de 2020 às 06h14.
Última atualização em 28 de janeiro de 2020 às 06h48.
São Paulo — Com um valor de mercado em torno de 1,4 trilhão de dólares — o dobro do registrado há um ano — a empresa de tecnologia Apple publica resultados do primeiro trimestre fiscal nesta terça-feira. As perspectivas são otimistas.
Para o período encerrado em dezembro há uma previsão de faturamento que pode chegar a 89,5 bilhões de dólares.
A atenção estará voltada para a divulgação de resultados do streaming Apple TV+ e o cartão de crédito Apple Card. No ano fiscal encerrado em setembro o segmento cresceu 16%, com receita de 46,3 bilhões de dólares. Já a venda de iPhones caiu 14%, com o faturamento de 142,4 bilhões de dólares, numa tendência que deve continuar.
O maior problema da companhia é sua grande base ativa de iPhones, com mais de 1,4 bilhão de aparelhos, e uma taxa de renovação lenta devido a preços mais altos e menores avanços tecnológicos. Para ampliar as vendas de seu principal produto, a Apple está planejando lançar no final de 2020 uma série de novos iPhones de última geração, que incluem conectividade 5G, processadores mais rápidos e novas câmeras na parte traseira.
Apesar de não haver confirmação da Apple, há rumores de um possível anúncio de smartphone de baixo custo a ser lançado em março. Esse será o primeiro iPhone da modalidade desde o SE, lançado em 2016 por 399 dólares.
A expectativa é de que o modelo seja similar ao iPhone 8, lançado em 2017, com botão de touch ID e 4.7 polegadas. Um produto com menor preço pode ajudar a Apple a melhorar seu desempenho nos mercados emergentes, nos quais aparelhos com sistema Android são lançados por menos de 200 dólares.
Uma nova frente de incertezas, para a Apple e para as grandes empresas globais com operação na China, é o impacto que o coronavírus terá para seus negócios. Uma de suas principais fornecedoras, a Foxconn, adiou a volta de seus empregados. Segundo o jornal japonês Nikkei, uma leva de 80 milhões de smartphones que a companhia pretendia fabricar na China no primeiro semestre está sob risco e pode ser adiada. As ações da companhia caíram 2,9%, ontem, em meio aos temores globais de uma epidemia em larga escala.
Num mundo com cada vez mais incertezas, a Apple precisa lidar com os problemas dentro e fora de casa. O balanço desta terça-feira deve dar novas pistas se a gigante está no caminho certo.