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Com maior hélice eólica do mundo, GE mira parques offshore

Com o colosso de 107 metros de comprimento, o equivalente a um prédio de 33 andares, gigante americana tem em mãos um tremendo poder de fogo

Ventos que sopram alto: hélice da GE atinge 107 metros. (LM Wind Power/Divulgação)

Ventos que sopram alto: hélice da GE atinge 107 metros. (LM Wind Power/Divulgação)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 24 de abril de 2019 às 06h15.

Última atualização em 24 de abril de 2019 às 09h40.

São Paulo - No mundo da energia eólica, a experiência mostra que, em geral, quanto maior, melhor. Nos últimos 30 anos, as turbinas eólicas e suas hélices mais do que quadruplicaram de tamanho, passando a entregar mais energia limpa e renovável a custos menores. Com uma expansão que não dá sinal de trégua, a indústria eólica se supera novamente.

A fabricante de turbinas LM Wind Power, pertencente à General Electric (GE), revelou neste mês a maior pá eólica do mundo: um colosso de 107 metros de comprimento, o equivalente a um prédio de 33 andares. A primeira destas enormes pás foi produzida na fábrica da LM Wind Power em Cherbourg, na França, e passará por testes antes de integrar a próxima geração de turbinas eólicas offshore Haliade-X.

Projeto mais ambicioso da GE atualmente, a Haliade-X é a maior e mais potente turbina eólica do mundo, capaz de produzir eletricidade suficiente para abastecer 16 mil residências. Para a empreitada, a empresa investiu US$ 400 milhões há um ano e planeja instalar seu primeiro protótipo na Holanda ainda em 2019. Espera-se que o produto chegue às vias comerciais em 2021.

Investir no mercado de renováveis virou prioridade nas operações de energia da GE, após uma aposta fracassada em fontes convencionais. Em 2015, a empresa dobrou seus investimentos em combustíveis fósseis por meio do seu braço GE Power, desembolsando nada menos do que US$ 10 bilhões na compra dos negócios de energia do grupo francês Alstom.

Com a investida, a GE expandiu sua atuação no setor de petróleo, carvão e gás natural. Ela só não esperava se deparar com custos decrescentes das renováveis, que acabou atraindo o apetite do mercado em detrimento das usinas convencionais de geração de energia. 

Resultados: a GE Power virou um problema. As ações da empresa perderam dois terços de seu valor desde o final de 2016, e o braço de negócios "fósseis" foi um grande motivo.

Se os ventos não estão favoráveis para a GE Power, os negócios da GE Renewable Energy, sua divisão de energia renováveis, remam na proa. A empresa é uma das quatro gigantes que lideram o mercado mundial de energia eólica, ao lado da dinamarquesa Vestas, a chinesa Goldwind e a espanhola Siemens Gamesa.

Juntas, elas responderam por 57% (45GW) das vendas de turbinas eólicas terrestres do setor no ano passado, segundo dados do relatório Global Wind Turbine Market Shares (Participações de Mercado Globais de Turbinas Eólicas), da Bloomberg New Energy Finance (BNEF).

A GE ficou em terceiro lugar com 5GW instalados, sendo seis de cada dez turbinas comissionadas nos EUA. Já a participação das turbinas da empresa em projetos em alto-mar é bem mais discreta (cerca de 1%). Mas a julgar por sua nova produção - a gigantesca hélice para a maior turbina eólica do mundo - é, no mínimo, ambiciosa.

Os maiores fabricantes de tecnologia para geração eólica, segundo a BNEF. (BNEF/Divulgação)

Grosso modo, quanto mais longa a pá, maior o contato com os ventos mais fortes e persistentes que ficam mais alto na atmosfera. E quanto maior a área para o vento “empurrar”, mais força e poder rotacional, e maior a geração de energia pela turbina.

É um tremendo poder de fogo, que entrega mais energia com menos turbinas eólicas em parques marítimos. Agora é esperar para ver o que seus ventos vão trazer para a empresa. O cenário é favorável. A demanda por tecnologia offshore segue em alta, com previsão de instalação de 40 GW de nova capacidade de geração até 2025, um crescimento anual de 15%.

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