Com balanços em dia, varejistas vão disputar clientes na Black Friday
B2W, Centauro, Lojas Americanas, Renner e Magazine Luiza apresentaram resultados positivos no terceiro trimestre, segundo BB Investimentos
Natália Flach
Publicado em 27 de novembro de 2019 às 06h01.
Última atualização em 29 de novembro de 2019 às 12h33.
São Paulo - As grandes varejistas estão financeiramente bem preparadas para enfrentar a disputa pelos consumidores tanto nos estabelecimentos físicos quanto nas lojas on-line, durante a Black Friday, comemorada na sexta-feira, 29.
Os resultados do terceiro trimestre foram marcados pelo aumento da receita, puxado principalmente pelo fortalecimento das operações pela internet e multicanal, além da expansão da rede física e da estratégia mais agressiva de preços.
Segundo Georgia Jorge, analista da BB Investimentos, o destaque na comparação anual foi a Centauro, que trouxe aumento de vendas aliado a um incremento de margem Ebitda ajustada.
"O crescimento da receita, no entanto, não se refletiu em uma maior alavancagem operacional. A margem Ebitda ajustada veio, em sua maioria, abaixo do observado no mesmo período do ano passado. Excluindo Restoque e Via Varejo, cuja queda de
receita foi o principal fator de agravamento das margens, a queda de margens deveu-se principalmente a maiores investimentos em TI, logística e marketing e à intensificação de ações promocionais", escreveu a analista em relatório.
Veja abaixo resumo sobre os resultados das principais varejistas no terceiro trimestre, segundo BB Investimentos:
B2W Digital:os resultados vieram positivos tanto na comparação anual quanto em relação às nossas estimativas. A maior participação do marketplace no volume bruto de mercadorias (ou GMV, em inglês), ao passar de 52,2% no terceiro trimestre de 2018 para 61,1% no mesmo período de 2019, levou a uma margem bruta mais elevada (+3,5 p.p.) e, em menor grau, a uma margem Ebitda ajustada e líquida melhores.
Centauro:apresentou resultados positivos na comparação anual. A estratégia da companhia de focar na omnicanalidade e na expansão das lojas no formato G5 provou ser consistente. Como resultado, a receita líquida aumentou 9,9% ano contra ano, acompanhada de uma melhor margem bruta (+1,1 pp ano contra ano) e de uma margem Ebitda ajustada (+2,8 pp ano contra ano) praticamente em linha com as nossas estimativas.
GPA:os resultados foram neutros, como já esperado. Enquanto o multivarejo (denominação quereúne as operações do Pão de Açúcar, Extra e bandeiras de proximidade e formatos especiais, com o Minuto Pão de Açúcar)permaneceu pressionado e aguardando que as iniciativas em andamento beneficiem os resultados da divisão, o Assaí continua apresentando forte crescimento de vendas e melhoria de margens devido ao amadurecimento das lojas abertas nos últimos anos. Em suma, a evolução da receita observada na comparação anual, bem como o aumento da margem Ebitda ajustada consolidada, vieram
principalmente da divisão Assaí.
Lojas Americanas : a perspectiva para os resultados era favorável, com expectativa de crescimento de receita e manutenção de margens na comparação anual, e a companhia não decepcionou. Entre os destaques, estão o avanço de 7,2% do lucro líquido das Lojas Americana e o controle rígido das despesas de vendas, gerais e administrativas, resultando em estabilidade da margem.
Lojas Renner:a companhia apresentou números alinhados com as estimativas, com destaque para a manutenção da margem Ebitda ajustada (+0,2 p.p. ano contra ano), apesar do aumento nas despesas relacionadas a melhorias logísticas e de TI.
Magazine Luiza:se destacou por sua capacidade de aumentar suas vendas em todos os canais com manutenção de margens saudáveis. A queda na margem Ebitda ajustada e na margem líquida (-1,5 pp a/a e -0,5 pp a/a,
respectivamente) já era esperada devido aos investimentos em andamento na melhoria da experiência do
cliente, bem como à aquisição de Netshoes.
Restoque:embora resultados fracos já fossem esperados devido ao processo de restruturação da companhia,
as estimativas consideravam que os números teriam uma piora menos intensa que a observada. A receita líquida caiu 32,5% a/a e a desalavancagem operacional afetou as margens. Nesse sentido, a margem EBITDA ajustada atingiu -10,3% e a margem líquida, -24,6% .
Via Varejo:os resultados foram negativos, apresentando uma queda de 4,3% na receita e de 3,4 p.p. na margem Ebitda ajustada. No entanto, foi possível ver melhorias no lado operacional. A companhia está aprimorando gradualmente o que pode ser considerado seus pontos fortes (relacionamento com grandes fornecedores, marca, mais de mil lojas em todo o Brasil e a linha de crédito para os consumidores), além de endereçar seus pontos fracos (marketing, estoque, situação das lojas físicas e a plataforma online).