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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
A montadora americana Chrysler LCC - recentemente separada da Daimler e sob o controle da empresa de administração de fundos Cerberus Capital Management - começa a seguir os passos de um caminho já realizado por duas de suas maiores concorrentes, General Motors e Ford, o da busca por maior liquidez, pela venda de parte do seu patrimônio e pela redução do número de empregados.
Em diálogo sobre um novo acordo trabalhista com o sindicato representativo dos seus funcionários, o United Auto Workers (UAW), a Chrysler tem negociado a possibilidade de fechar ou vender duas unidades auxiliares da linha de montagem de seus carros, segundo o jornal americano Wall Street Journal. A Mopar, fabricante de autopeças de alta performance, e a ChryslerTransport, que realiza a logística de entrega dos fornecedores às fábricas da empresa, empregam 1300 pessoas, ao todo, razão pela qual o UAW se opõe à medida.
A intenção de abandonar essas unidades está ligada ao posicionamento da Chrysler de buscar fluxo de caixa mais imediato e focar apenas em suas atividades principais, o seu "core business"., como têm feito as demais montadoras americanas. A GM e a Ford também vêm se desfazendo aos poucos de parte do seu conglomerado de fábricas, para aumentar a disponibilidade de capital.
No entanto, a postura da Chrysler diante da conversa com o sindicato indica para a busca de um prazo mais curto de mudanças do que nas outras empresas do setor. Para conseguir retorno à lucratividade ainda em 2008, a empresa tem acenado ao UAW com a promessa de recolocação para os empregados que seriam demitidos com o fechamento das duas unidades.
A razão desse empenho é obter apoio da entidade dos trabalhadores para outras medidas impopulares, vistas como necessárias para o cumprimento do prazo. Já se admite na companhia a intenção de pôr em prática um plano de reestruturação que levaria ao corte de 13 mil empregados. Dentro da empresa, o responsável por acompanhar a execução desse plano tem sido o próprio vice-presidente e ex-executivo-chefe Tom LaSorda.
A Chrysler ainda espera que o sindicato concorde com uma redução no custo dos planos de saúde oferecidos aos aposentados da empresa, nos moldes do que fizeram a Ford e a GM. Só essa última, por exemplo, anunciou ter economizado mais de 2 bilhões de dólares por ano, ao forçar os beneficiários dos planos a arcar com uma parte maior dos custos pelo serviço médico.