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Carro volta a ser vendido em 60 meses

Para desovar 15 dias a mais de estoque de veículos, a concessionária Palazzo voltou a vender carro zero financiado em cinco anos e sem entrada


	General Motors: com três lojas em São Paulo, hoje a rede de revenda da GM tem um estoque de veículos equivalente a 45 dias de vendas; o normal são 30 dias
 (Getty Images)

General Motors: com três lojas em São Paulo, hoje a rede de revenda da GM tem um estoque de veículos equivalente a 45 dias de vendas; o normal são 30 dias (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de setembro de 2013 às 09h03.

São Paulo - Para desovar 15 dias a mais de estoque de veículos, a concessionária Palazzo, revenda da marca General Motors, voltou a vender carro zero financiado em 60 meses, ou seja, em cinco anos. E sem exigir uma entrada.

"Já ampliamos as vendas em 20% desde que começamos a promoção, há 15 dias", afirma o diretor comercial da concessionária, Wilson Goes. Com três lojas em São Paulo, hoje a rede tem um estoque de veículos equivalente a 45 dias de vendas. O normal são 30 dias.

Atraída por essa promoção, a secretária Marcia Cristina Oliveira Campos, de 31 anos e com renda mensal de R$ 2,1 mil, conseguiu comprar o primeiro carro zero quilômetro. Na sexta-feira da semana passada, ela foi à concessionária pegar o veículo. O Celta 1.0, modelo 2014, todo equipado, com ar condicionado, direção hidráulica e vidro elétrico foi financiado em 60 meses, sem entrada e com juros de 0,99% ao mês.

Pelo carro, que a prazo vai custar R$ 41.940, a secretária terá de desembolsar R$ 699 por mês. "Essa é a parcela que cabe no meu bolso", disse a secretária. À vista, o Celta sairia por R$ 30.490. Isto é, só com juros, Marcia vai gastar R$ 11.450 a mais.

Pelo plano máximo de 42 meses, oferecido anteriormente pela concessionária, o valor da prestação do Celta subiria para cerca de R$ 1 mil. Essa cifra seria incompatível com a renda de Marcia, que é solteira e tem casa própria.

Seguro

Na opinião da secretária, o financiamento em 60 meses não é arriscado no sentido de que ocorra algum contratempo no período e isso dificulte o pagamento em dia das prestações. De toda forma, ela tratou de fazer um seguro oferecido pelo banco. Esse seguro garante a quitação das prestações por um período de seis meses, caso o titular da compra perca o emprego.


Os planos de 60 meses sem entrada foram os responsáveis pelo aumento recente da inadimplência do consumidor nas vendas financiadas de automóveis. Por isso, bancos e financeiras decidiram desativar essa modalidade de crédito. Para se prevenir contra o calote, além de encurtarem os prazos, bancos e financeiras começaram a exigir uma entrada.

O impacto das mudanças nas condições de financiamento foi a exclusão de consumidores como Marcia que, por insuficiência de renda, não conseguiam assumir planos mais curtos de compra a prazo.

Goes não vê riscos de alta de inadimplência na volta dos financiamentos com prazos longos, que têm como objetivo acelerar a desova de estoques. Agora, na sua opinião, os bancos estariam mais cuidadosos na aprovação do crédito. A promoção, segundo o diretor, está sendo sustentada pelo banco da GM e pela concessionária, que subsidia a maior parte dos juros. A promoção vai até o fim do mês.

Troca com troco

Nas últimas semanas, a concessionária também resgatou a modalidade de compra de "troca com troco". Isto é, o comprador do veículo zero pode vender o seu usado e embolsar o dinheiro ao assumir o financiamento de um carro novo. "Faz um ano que deixamos de ter essa promoção", conta Goes. Mas, como os estoques de carros seminovos diminuíram, a concessionária decidiu retomar essa prática.

Apesar do esforço do varejo para impulsionar as vendas, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, diz que os estoques totais nas montadoras de veículos estão sendo considerados "absolutamente dentro da normalidade.". Colaborou Francisco Carlos de Assis. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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