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Carro sem capota sai de moda e decreta morte de conversíveis

Os carros sem capota têm sido associados com rebeldes de todos os tipos, mas dirigir com os cabelos ao vento deixou de ser moda nos últimos anos

Carro conversível: as vendas de conversíveis em todo o mundo caíram 44% em relação ao seu pico de 2004, para 465.800 carros no ano passado (Photo courtesy of Buick/Newsmakers)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2014 às 15h15.

Berlim - Os carros conversíveis , como o Ford Thunderbird do filme “Thelma Louise”, de 1991, simbolizaram a promessa de liberdade que há muito impulsionavam a popularidade do automóvel.

Do Porsche 550 Spyder de James Dean ao Jaguar XKSS de Steve McQueen, os carros sem capota têm sido associados com rebeldes de todos os tipos. Hoje em dia, contudo, é mais provável que um veículo utilitário esportivo com um teto solar grande seja o objeto de desejo enquanto dirigir com os cabelos ao vento sai de moda.

As vendas de conversíveis em todo o mundo caíram 44 por cento em relação ao seu pico de 2004, para 465.800 carros no ano passado -- apenas 0,7 por cento de todos os carros no mundo -- enquanto as entregas de SUVs mais que dobraram, para 15,4 milhões, segundo dados da IHS.

Consumidores nos EUA e na Europa, os maiores mercados de conversíveis, estão optando por veículos mais pragmáticos em um momento em que esses automóveis deixam de ser um símbolo de status social.

E os consumidores em mercados de rápido crescimento como a China e a Índia -- que estão cada vez mais ditando as estratégias das fabricantes de carros -- preferem o conforto fechado dos SUVs e sedãs como uma barreira contra a poluição e uma proteção contra as ruas cheias.

“A maioria dos conversíveis não é realmente usada sem capota, mas mais para dar a impressão de ser algo selvagem e esportivo”, disse Christoph Stuermer, analista líder do serviço de prognósticos Autofacts, da PricewaterhouseCoopers. “Essa imagem agora precisa ser tomada pelos SUVs. Os conversíveis continuarão por aí, como um nicho de alto padrão, mas os fashionistas continuarão em frente”.


Fim do Eos

O interesse menor pelos conversíveis levou as fabricantes a abandonarem vários modelos “ao ar livre”. A Volkswagen AG vai estacionar permanentemente a produção de seu conversível de capota rígida Eos nos próximos meses, segundo fontes com conhecimento dos planos, que não estão autorizados a revelá-los.

A fabricante alemã também não pretende construir o carro conceito BlueSport, que revelou em 2009, por causa da queda do apelo pelos conversíveis, disseram as fontes.

A VW preferiu não comentar a respeito dos planos para os modelos.

A drástica reformulação da Chrysler em seu sedã médio 200 para 2015 não terá uma versão conversível, diferentemente da atual geração. A PSA Peugeot Citroën, segunda maior fabricante de carros em uma Europa marcada pela recessão, disse que não renovará os modelos conversíveis 308 CC e 207 CC quando a produção dos atuais modelos for interrompida, no ano que vem.

A francesa Renault SA deixou de fabricar o conversível Wind no ano passado e também está encerrando a versão conversível de seu compacto Mégane. Até mesmo a Toyota Motor Corp., fabricante campeã mundial de vendas, atualmente tem apenas um conversível, uma versão do Lexus.


Lata de lixo

Os mercados emergentes enfrentam diferentes problemas, o que torna os conversíveis pouco práticos e sem apelo para muitos compradores.

“Quando você se imagina dirigindo um conversível você pensa em estradas abertas e condições prazerosas de trânsito; na Índia, você não tem nada disso”, disse Deepesh Rathore, diretor em Nova Délhi da Emerging Markets Automotive Advisors.

“Nas cidades, você está a maior parte do tempo preso no trânsito, e se você está em um conversível você estará inalando a fumaça dos escapamentos. Além disso, você não vai querer ficar perto de um ônibus, onde alguém pode jogar algo em seu carro”.

Contudo, o conversível não seguirá completamente o caminho do Model T. Para ícones esportivos como o Mustang, da Ford Motor Co., uma versão descapotável é parte integrante do pacote. E a decadência de dirigir um carro aberto é crucial para a imagem das marcas de luxo, que estão até mesmo adicionando novos conversíveis.

A Bayerische Motoren Werke AG lançará o conversível M4, de US$ 73.425, no fim deste ano, no Salão Internacional do Automóvel de Nova York, e a Audi, da Volkswagen, no mês passado começou a desenvolver uma versão conversível de seu compacto A3.

Durante as últimas duas décadas, a empresa-mãe da Mercedes-Benz, a Daimler AG, aumentou suas ofertas na categoria de apenas três para cinco modelos, incluindo o estradeiro SLS, de US$ 208.000.

“Nossa família de conversíveis é essencial para a fascinação da marca Mercedes-Benz”, disse Ola Kaellenius, chefe de vendas da marca.

Para as marcas populares, contudo, grande parte da emoção acabou.

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Do Porsche 550 Spyder de James Dean ao Jaguar XKSS de Steve McQueen, os carros sem capota têm sido associados com rebeldes de todos os tipos. Hoje em dia, contudo, é mais provável que um veículo utilitário esportivo com um teto solar grande seja o objeto de desejo enquanto dirigir com os cabelos ao vento sai de moda.

As vendas de conversíveis em todo o mundo caíram 44 por cento em relação ao seu pico de 2004, para 465.800 carros no ano passado -- apenas 0,7 por cento de todos os carros no mundo -- enquanto as entregas de SUVs mais que dobraram, para 15,4 milhões, segundo dados da IHS.

Consumidores nos EUA e na Europa, os maiores mercados de conversíveis, estão optando por veículos mais pragmáticos em um momento em que esses automóveis deixam de ser um símbolo de status social.

E os consumidores em mercados de rápido crescimento como a China e a Índia -- que estão cada vez mais ditando as estratégias das fabricantes de carros -- preferem o conforto fechado dos SUVs e sedãs como uma barreira contra a poluição e uma proteção contra as ruas cheias.

“A maioria dos conversíveis não é realmente usada sem capota, mas mais para dar a impressão de ser algo selvagem e esportivo”, disse Christoph Stuermer, analista líder do serviço de prognósticos Autofacts, da PricewaterhouseCoopers. “Essa imagem agora precisa ser tomada pelos SUVs. Os conversíveis continuarão por aí, como um nicho de alto padrão, mas os fashionistas continuarão em frente”.


Fim do Eos

O interesse menor pelos conversíveis levou as fabricantes a abandonarem vários modelos “ao ar livre”. A Volkswagen AG vai estacionar permanentemente a produção de seu conversível de capota rígida Eos nos próximos meses, segundo fontes com conhecimento dos planos, que não estão autorizados a revelá-los.

A fabricante alemã também não pretende construir o carro conceito BlueSport, que revelou em 2009, por causa da queda do apelo pelos conversíveis, disseram as fontes.

A VW preferiu não comentar a respeito dos planos para os modelos.

A drástica reformulação da Chrysler em seu sedã médio 200 para 2015 não terá uma versão conversível, diferentemente da atual geração. A PSA Peugeot Citroën, segunda maior fabricante de carros em uma Europa marcada pela recessão, disse que não renovará os modelos conversíveis 308 CC e 207 CC quando a produção dos atuais modelos for interrompida, no ano que vem.

A francesa Renault SA deixou de fabricar o conversível Wind no ano passado e também está encerrando a versão conversível de seu compacto Mégane. Até mesmo a Toyota Motor Corp., fabricante campeã mundial de vendas, atualmente tem apenas um conversível, uma versão do Lexus.


Lata de lixo

Os mercados emergentes enfrentam diferentes problemas, o que torna os conversíveis pouco práticos e sem apelo para muitos compradores.

“Quando você se imagina dirigindo um conversível você pensa em estradas abertas e condições prazerosas de trânsito; na Índia, você não tem nada disso”, disse Deepesh Rathore, diretor em Nova Délhi da Emerging Markets Automotive Advisors.

“Nas cidades, você está a maior parte do tempo preso no trânsito, e se você está em um conversível você estará inalando a fumaça dos escapamentos. Além disso, você não vai querer ficar perto de um ônibus, onde alguém pode jogar algo em seu carro”.

Contudo, o conversível não seguirá completamente o caminho do Model T. Para ícones esportivos como o Mustang, da Ford Motor Co., uma versão descapotável é parte integrante do pacote. E a decadência de dirigir um carro aberto é crucial para a imagem das marcas de luxo, que estão até mesmo adicionando novos conversíveis.

A Bayerische Motoren Werke AG lançará o conversível M4, de US$ 73.425, no fim deste ano, no Salão Internacional do Automóvel de Nova York, e a Audi, da Volkswagen, no mês passado começou a desenvolver uma versão conversível de seu compacto A3.

Durante as últimas duas décadas, a empresa-mãe da Mercedes-Benz, a Daimler AG, aumentou suas ofertas na categoria de apenas três para cinco modelos, incluindo o estradeiro SLS, de US$ 208.000.

“Nossa família de conversíveis é essencial para a fascinação da marca Mercedes-Benz”, disse Ola Kaellenius, chefe de vendas da marca.

Para as marcas populares, contudo, grande parte da emoção acabou.

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