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Carlos Brito assumirá o comando da maior cervejaria do mundo

Executivo carioca será o CEO da empresa criada pela fusão da Inbev com a Anheuser-Busch

Brito: desafio de gerenciar US$ 36 bilhões em vendas (--- [])

Brito: desafio de gerenciar US$ 36 bilhões em vendas (--- [])

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A aquisição da americana Anheuser-Busch pela belgo-brasileira Inbev alça o carioca Carlos Brito ao panteão dos homens de negócio mais influentes do mundo. Nesta segunda-feira (14/7), durante uma teleconferência para explicar os termos do acordo, Brito confirmou que será o CEO da nova empresa, conforme havia antecipado EXAME em sua edição de 26 de junho.

De acordo com o The Wall Street Journal, a companhia será chamada de Anheuser-Busch Inbev. Os representantes da cervejaria americana terão dois assentos no conselho de administração. Um deles será ocupado pelo atual CEO da empresa, August Busch IV.

Conhecido pela sua ousadia e ênfase na geração de resultados, Brito procurou acalmar os funcionários da nova controlada durante a teleconferência com a garantia de que as 12 fábricas da Anheuser-Busch continuarão abertas. Além disso, a sede das operações do grupo na América do Norte permanecerá na cidade de Saint-Louis, atual quartel-general da empresa americana.

O principal ativo da Anheuser-Busch é a cerveja Budweiser, considerada um dos símbolos dos Estados Unidos. A possibilidade de a marca ser comprada por uma companhia estrangeira acirrou os ânimos no país, e uma onda nacionalista tentou barrar a operação. Ciente do problema, Brito procurou, durante a teleconferência, mostrar que a Budweiser vai ganhar ainda mais força sob nova direção. "Agora, com a Budweiser como nossa marca global, teremos uma excelente plataforma para desenvolver a marca", afirmou o executivo. O executivo buscou apresentar o negócio não como uma conquista, mas como a união de duas empresas complementares. "Trata-se de complementaridade e não de sobreposição", afirmou. A Anheuser-Busch detém cerca de metade do mercado americano de cerveja, em um país onde a Inbev tem participação bastante tímida.

A nova empresa nasce com vendas anuais estimadas em 36 bilhões de dólares. Os analistas calculam que a união trará ganhos de sinergia da 1,5 bilhão de dólares por ano, plenamente alcançados a partir de 2010.

Endividamento

O diretor financeiro da Inbev, o também brasileiro Felipe Dutra, afirmou na mesma teleconferência que a emissão de títulos de dívida "é o caminho natural" para financiar a operação. Após elevar a oferta de compra de 65 dólares para 70 dólares por ação, o valor total da compra saltou de 46 bilhões para 52 bilhões de dólares.

A Inbev pretende financiar a operação se endividando em 45 bilhões de dólares. O valor inclui 7 bilhões referentes a um empréstimo-ponte que será pago pela venda de ativos secundários das duas companhias. A empresa informou ainda que recebeu manifestações de interesse de investidores dispostos a comprar até 9,8 bilhões de dólares em ações para custear a operação.

O consórcio de bancos que apóia a Inbev é composto pelo Santander, Deutsche Bank, Barclays, JP Morgan Chase, Royal Bank of Scotland, BNP Paribas, Fortis e ING, entre outros.

Parceria no México

Brito também manifestou seu interesse em manter a cervejaria mexicana Modelo como parceira. A Anheuser-Busch detém 50% do capital da fabricante da cerveja Corona. Em um comunicado ao mercado, nesta segunda-feira (14/7), a Modelo afirmou que, de acordo com as leis mexicanas, tem o direito de decidir se continua ou não com a parceria, agora que a companhia americana está sob novo controle.

Na teleconferência, Brito afirmou que a Modelo "é uma parceira que adoraríamos ter". O executivo demonstrou otimismo e afirmou que as conversas com os mexicanos transcorrem sobre bons termos.

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