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Câmbio prejudica Embraer, que teve prejuízo de R$24,3 mi

O prejuízo de R$24,3 milhões foi resultado, entre outros fatores, do aumento do imposto de renda diferido

Avião KC-390, da Embraer: prejuízo de R$24,3 milhões foi resultado, entre outros fatores, do aumento do imposto de renda diferido (Divulgação/Embraer)

Karin Salomão

Publicado em 6 de novembro de 2014 às 11h23.

São Paulo - Os resultados da Embraer foram bastante abalados pela variação do câmbio no terceiro trimestre de 2014. O prejuízo de R$24,3 milhões foi resultado, entre outros fatores, do aumento do imposto de renda diferido.

No mesmo período de 2013, a fabricante de aeronaves apresentou lucro líquido de R$118,7 milhões.

“Quando o dólar se valoriza, o tratamento contábil nos leva a reconhecer um imposto de renda diferido”, diz José Antônio Filippo, vice-presidente executivo, afirmando que esse efeito foi aplicado no terceiro trimestre.

Por conta da variação da moeda estrangeira, o valor pago em imposto de renda e contribuições sociais foi maior. Segundo ele, a maior parte da receita, 90%, é em dólar.

Para efeito de comparação, o lucro líquido ajustado, excluindo esse gasto, seria de R$214,6 milhões, ao invés do valor real, que foi um prejuízo de R$24,3 milhões. A simulação não tem qualquer valor contábil e serve apenas de referência.

A variação do câmbio também afeta os custos, pois apenas um quarto dos gaastos é feito na moeda brasileira. Essa diferença, porém, só será sentida daqui a dois trimestres.

O vice-presidente não fez previsões para 2015. “Estamos mais focados em concluir o plano para esse ano”, afirmou.

Entrega de aeronaves

A receita líquida também caiu, consequência da menor entregas de aeronaves. Atingiu R$ 2,8 bilhões no terceiro trimestre, queda de 4% em relação ao mesmo período de 2013.

No setor de aviação comercial, foram vendidas 19 aeronaves, número igual ao mesmo trimestre de 2013. Em aviação executiva, no entanto, foram entregues apenas 15 jatos leves. No mesmo trimestre do ano anterior, foram 22 leves e 7 jatos grandes.

A receita foi parcialmente compensada por um aumento nas entregas para defesa e segurança. Esse segmento cresceu 29% impulsionado pelas vendas à Força Aérea Americana e à Força Aérea Brasileira ( FAB ).

Este ano, 64 aviões executivos já foram entregues – 10 jatos grandes e 54 leves. Segundo a previsão feita em fevereiro, a expectativa é de 25 a 30 jatos executivos grandes e 80 a 90 leves.

Segundo Filippo, o quarto trimestre sempre é mais forte em termos de entregas. “Por isso, devemos ter uma melhoria, com mais entregas e melhor mix.”

Greve

Em relação à greve de 13 mil trabalhadores que começou ontem, 5, na fábrica em São José dos Campos, Filippo afirmou que estão em negociação salarial com o sindicato através da Fiesp.

A Embraer propôs um reajuste salarial de 7,4%, com aplicação retroativa a setembro. “Consideramos essa proposta razoável, tendo em vista a inflação de 6,35%”, disse.

Para o vice-presidente, “não temos como afirmar qual será o impacto [da greve] em entregas e resultados no momento”.

São Paulo - Na semana passada, a Embraer fechou mais uma encomenda com valor bilionário - a oitava de 2014 até agora. Os acordos anunciados pela Embraer são avaliados em mais de 11,7 bilhões de dólares e contemplam a venda de centenas de aviões .  Veja, a seguir, quem são os oitos clientes conquistados pela Embraer neste ano:
  • 2. Fuji Dream Airlines

    2 /9(Divulgação/ Embraer)

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    Em julho, a japonesa Fuji Dream Airlines encomendou três aviões modelo E175, com a opção de compra para mais três aeronaves do mesmo modelo. Segundo a Embraer, se todas as opções forem exercidas, o valor do pedido é estimado em 258,6 milhões de dólares, tendo como referência preços de lista de 2014.
  • 3. Azerbaijan Airlines

    3 /9(Divulgação/ Azerbaijan Airlines)

  • Também em julho, a Azerbaijan Airlines, companhia aérea do Azerbaijão, país localizado no limite entre Ásia e Europa, assinou um acordo com a Embraer para comprar dois jatos E190. O valor do contrato é estimado em 95,4 milhões de dólares.
  • 4. Azul

    4 /9(Getty Images)

    Durante a Feira Internacional de Farnborough, a Embraer e a Azul assinaram carta de intenção para a compra de 30 jatos modelo E195-E2. Segundo comunicado da Embraer, o contrato deve ser concluído no último trimestre do ano. O acordo entre as duas empresas brasileiras contempla ainda direitos de compra para 20 jatos adicionais do mesmo modelo. O contrato tem um valor estimado  em 3,1 bilhões de dólares.
  • 5. Air Costa

    5 /9(Reprodução/Facebook)

    No início do ano, a Embraer assinou um acordo com a Air Costa, companhia aérea indiana, para um pedido firme de 50 E-Jets E2s, com direitos de compra de mais 50 aeronaves. O acordo prevê a venda de aviões modelos E190-E2 e E195-E2 e tem valor estimado de 2,9 bilhões de dólares, que pode chegar a 5,8 bilhões de dólares - caso as 100 aeronaves sejam compradas pela Air Costa.
  • 6. ICBC

    6 /9(Divulgação/Embraer)

    Em junho, a Embraer e a chinesa ICBC Financial Leasing Co. anunciaram acordo para encomenda de 20 aeronaves modelo E190-E2, sendo 10 pedidos firmes e 10 direitos de compra. A operação tem valor do contrato de 1,1 bilhão de dólares e a entrega dos primeiros aviões está prevista para o início de 2018.
  • 7. Tianjin Airlines

    7 /9(Divulgação/Embraer)

    Outra chinesa que fechou acordo com a Embraer neste ano foi a Tianjin Airlines, que encomendou 40 aeronaves modelos E-Jets e E-Jets E2. O contrato foi avaliado 2.1 bilhões de dólares.
  • 8. Japan Airlines

    8 /9(Yuriko Nakao/Bloomberg)

    O mais recente acordo anunciado pela Embraer foi com a Japan Airlines, que encomendou 15 E-Jets, dos modelos E170 e E190, e outras doze aeronaves adicionais da família da mesma família. O valor do pedido firme é de 677 milhões de dólares.
  • 9. Agora, veja 30 empresas brasileiras com mais negócios fora do país

    9 /9(Miriam Fichtner/Pluf Fotos)

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