Itaú: Cade afirmou que a celebração do acordo com o Citibank não exime as partes de cumprir qualquer decisão do Cade no futuro (Reprodução/Wikimedia Commons)
Reuters
Publicado em 12 de julho de 2017 às 08h47.
Última atualização em 12 de julho de 2017 às 10h10.
São Paulo - A superintendência-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) recomendou ao tribunal da autarquia a aprovação da aquisição das operações de varejo do Citibank pelo Itaú Unibanco mediante o cumprimento de certas condições, segundo despacho publicado no Diário Oficial desta quarta-feira.
Em outubro passado, o Itaú Unibanco, maior banco da América Latina em valor de mercado, anunciou a compra por 710 milhões de reais dos negócios de varejo do Citibank no Brasil, incluindo empréstimos, depósitos, cartões de crédito, agências, gestão de recursos e corretagem de seguros, bem como as participações societárias do Citi na TECBAN e na Cibrasec.
A superintendência-geral do Cade recomenda que a transação seja liberada mediante a assinatura de um acordo em controle de concentrações (ACC) elaborado em conjunto com as partes, que de acordo com o parecer é "suficiente para eliminar eventuais preocupações concorrenciais".
Em comunicado, a autarquia destaca a participação de mercado "bastante reduzida" do Citibank, o que limita a "possibilidade de aumento do poder de mercado do Itaú" com a aquisição.
O ACC, conforme o Cade, aborda quatro aspectos: comunicação e transparência, treinamentos, indicadores de qualidade e compliance. "Os termos negociados visam afastar a possibilidade dos clientes do Citibank serem prejudicados com a operação, e também beneficiar os clientes do Itaú por meio de medidas que incrementem o nível de qualidade dos serviços prestados pela instituição", informa o órgão.
A superintendência-geral do Cade ainda ressalta que o descumprimento das condições acarretará em multas. Além disso, a celebração do acordo não exime as partes de cumprir qualquer decisão da autarquia no futuro.
As ações do Itaú Unibanco acumulam alta de 11,7 por cento em 2017.