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BRF defende padrões mais rígidos de inspeção de alimentos

A companhia opera mais de 50 plantas e 45 centros de distribuição mundialmente e produz mais de 4 milhões de toneladas de alimentos em um ano

BRF: "Temos que trabalhar junto ao governo porque outros países podem se aproveitar de eventuais falhas no posicionamento do Brasil" (Paulo Whitaker/Reuters)

BRF: "Temos que trabalhar junto ao governo porque outros países podem se aproveitar de eventuais falhas no posicionamento do Brasil" (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 30 de agosto de 2017 às 17h21.

São Paulo - A BRF, maior exportadora global de carne de frango, acredita que padrões rigorosos de inspeção ajudam a abrir novos mercados para a carne brasileira, disse um executivo da companhia nesta quarta-feira, comentando sobre os efeitos de uma recente e temporária suspensão a exportações de carnes do país em meio a uma crise na fiscalização.

A investigação Carne Fraca revelou que inspetores recebiam propina para ignorar falhas na observação dos padrões de qualidade.

A polícia acusou mais de cem pessoas de aceitar dinheiro para permitir a venda de produtos fora dos padrões ou estragados, falsificar documentos de exportação ou falhar em inspecionar as plantas de processamento.

"Temos que trabalhar junto ao governo porque outros países podem se aproveitar de eventuais falhas no posicionamento do Brasil", disse o vice-presidente da BRF no Brasil, Alexandre Almeida, durante conferência da indústria.

"Quanto mais rigoroso, melhor," disse ele em relação às inspeções.

A BRF tem investido fortemente para reduzir a presença de salmonela nas fábricas, por exemplo, permitindo à companhia melhor atender os clientes nos mercados estrangeiros ao passo que os padrões de qualidade melhoram, disse Almeida.

A companhia opera mais de 50 plantas e 45 centros de distribuição mundialmente e produz mais de 4 milhões de toneladas de alimentos em um ano.

Os comentários de Almeida ocorrem na sequência de uma série de investigações sobre suposta corrupção envolvendo autoridades de inspeção alimentar do Ministério da Agricultura, processadoras e companhias de laticínios.

As ações da BRF operavam em queda de quase 2 por cento a 41,88 reais no fim da tarde, ampliando a queda no acumulado do ano para 13 por cento.

Há alguns meses, a polícia abriu duas investigações separadas sobre se certas companhias alimentícias haviam recebido indevidamente tratamentos favoráveis do ministério, a mais recente investigação focada no setor agrícola. Mais cedo na quarta-feira, a Polícia Federal disse que estava ampliando a investigação.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse na mesma conferência, na terça-feira, que o governo está reestruturando os sistemas de controle de qualidade e de fiscalização do país, prometendo que mais detalhes sobre as mudanças serão anunciados em breve.

Ainda segundo Almeida, a BRF avalia que a internacionalização é o melhor caminho para a expansão dos negócios, ao mesmo tempo em que acredita que a elevada carga tributária do Brasil dificulta a competitividade global da empresa.

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