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Bolsa BEE4 recruta conselheiros de mercado para deslanchar listagem de PMEs brasileiras

Desde que entrou no mercado, a BEE4 listou quatro companhias que captaram pouco mais de R$ 28 milhões

Pedro Rudge, Cristiana Pereira, Patricia Stille, Rodrigo Fiszman e Carlos Ratto, da BEE4: queremos captar R$ 500 milhões no período de um ano após a retomada dos IPOs (BEE4/Divulgação)

Pedro Rudge, Cristiana Pereira, Patricia Stille, Rodrigo Fiszman e Carlos Ratto, da BEE4: queremos captar R$ 500 milhões no período de um ano após a retomada dos IPOs (BEE4/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 5 de junho de 2024 às 18h00.

Última atualização em 5 de junho de 2024 às 19h17.

Enquanto circulam os boatos sobre uma nova concorrente da B3, a empresa BEE4 está bem longe da briga, olhando para um lado pouco explorado do mercado. O negócio da startup funciona como uma espécie de bolsa para PMEs, listando e negociando ações tokenizadas de empresas cujo faturamento fica entre R$ 10 milhões e R$ 300 milhões.

O modelo está apoiado dentro de uma estrutura regulatória da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Desde que entrou no mercado, a BEE4 listou quatro companhias: a Mais Mu, de suplementos e snacks saudáveis; Engravida, rede de clínicas de reprodução assistida; Plamev Pet; plano de saúde para pets; e a Eletron Energia, de eficiência energética. Juntas, as companhias captaram R$ 30 milhões em seus IPOs.

Em pouco mais de 12 meses, a plataforma negociou 312,6 mil tokens em 88 pregões para uma base de 6 mil investidores, entre pessoas físicas e investidores qualificados. Em volume financeiro, a movimentação ficou em  torno de 4 milhões. Por dar vulto às negociações, os pregões ocorrem sempre às quartas-feiras, das 12h às 20h.

Quem são os conselheiros da empresa

Passada a fase de entrada no mercado — ou soft launch —, a companhia está trazendo para dentro de casa profissionais com anos de experiência no mercado de capitais tradicional, de áreas como infraestrutura e governança, como conselheiros. 

Na lista apresentada nesta quarta-feira, 5, estão os nomes de: 

  • Cristiana Pereira — sócia-fundadora da ACE Governance, a executiva é associada ao Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e ex-diretora da B3.
  • Carlos Ratto — ex-diretor da B3 e passagens por instituições como BankBoston, Itaú, HSBC e Safra. 
  • Pedro Rudge — sócio-fundador da Leblon Equities, Rudge é vice-presidente da Anbima e chairman da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec).

Além dos três, o conselho é ocupado pelo sócio-fundador Rodrigo Fizsman, na posição de presidente. A empresa tem como CEO Patrícia Stille, sócia de Fizsman.

“Quando pensamos numa economia mais normalizada, o mercado de acesso é o pontapé inicial para a empresa começar o relacionamento dela com o mercado de capital. E a BEE4 está  justamente nesse espaço”, afirma Rudge. “É um desafio grande por ser um novo mercado. Tem de atrair emissores, prestadores de serviço, corretoras, casas de research, investidores”.

Qual é o momento da empresa

O anúncio acontece no momento em que a operação está em compasso de espera. Na primeira fase, as ofertas e os papéis foram distribuídos pela Beegin, da Solum, grupo que também controla a BEE4.

Para escalar o negócio, a empresa aposta na integração com corretoras para atrair um maior número de investidores. Em novembro passado, a BEE4 anunciou a Genial Investimentos e o Itaú como os dois primeiros parceiros. 

Com o Itaú, a empresa deve atrair clientes de private banking. No acordo com a Genial, o foco é nos investidores pessoas físicas. Plugados os sistemas, a BEE4 afirma que já tem um pipeline de dez empresas, em diferentes partes do processo, para listar. 

A expectativa dos sócios é de que as empresas captem mais de R$ 500 milhões num período de 12 meses, a contar a partir da retomada dos IPOs, projetada para acontecer nos próximos meses.

Além disso, a companhia se prepara para oferecer outros produtos às empresas a partir do ano que vem, de acordo com Fizsman. “Nós não ficaremos só em ações, vamos evoluir também para os produtos de renda fixa porque acesso ao mercado de capitais é para qualquer valor mobiliário. Essas empresas, ao longo do tempo, têm como um dos objetivos a melhora da estrutura de capital e isso passa não só por emissões de ações, mas emissões de dívida também para o melhor equilíbrio.”

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