Negócios

Boeing anuncia que vai suspender fabricação dos 737 MAX

Modelo é o mesmo de duas aeronaves que caíram e deixaram centenas de mortos, o que colocou a empresa em uma crise sem precedentes

Boeing 737: empresa decidiu suspender fabricação do modelo após dois acidentes (Lindsey Wasson/File Photo/Reuters)

Boeing 737: empresa decidiu suspender fabricação do modelo após dois acidentes (Lindsey Wasson/File Photo/Reuters)

E

EFE

Publicado em 16 de dezembro de 2019 às 20h01.

Última atualização em 16 de dezembro de 2019 às 20h38.

A Boeing decidiu suspender temporariamente, a partir de janeiro, a fabricação do polêmico modelo de avião 737 MAX, envolvido em dois acidentes que, ao todo, deixaram quase 350 mortos.

Segundo a investigação dos casos, esses acidentes tiveram origem em um problema no software da aeronave e fizeram a Boeing entrar em uma crise sem precedentes, sobretudo após a Administração Federal de Aviação (FAA), agência americana de aviação civil, proibir voos com os 737 MAX pelo menos até fevereiro, à espera de melhorias na segurança do modelo.

"Anteriormente declaramos que avaliaríamos continuamente nossos planos de produção se o aterramento dos MAX continuasse por mais tempo do que o esperado", disse a Boeing em comunicado no quaql também revelou ter aproximadamente 400 aeronaves desse modelo em estoque.

"Como resultado dessa avaliação contínua, decidimos priorizar a entrega de aeronaves armazenadas e suspender temporariamente a produção no programa 737 a partir do próximo mês", acrescentou a empresa, que também ressaltou ter o dever de garantir "que todos os requisitos sejam atendidos e todas as perguntas sejam respondidas" pelos órgãos reguladores.

A Boeing enfatizou que "recolocar com segurança os MAX 737 em serviço" é sua principal prioridade, apesar de saber que o processo de aprovação para "deve ser extraordinariamente completo e robusto", para garantir que "os reguladores, clientes e o público em geral tenham confiança nas atualizações do modelo".

"Esta decisão é motivada por uma série de fatores, incluindo a extensão da certificação até 2020, a incerteza sobre quando e como retornar às aprovações de serviço e de treinamento global, e a importância de garantir que possamos priorizar a entrega de aeronaves armazenadas", diz o texto.

Durante o tempo em que a produção ficar suspensa, a Boeing pretende que os funcionários afetados continuem os trabalhos relacionados com o 737 "ou sejam temporariamente atribuídos a outras equipes", para evitar demissões.

A Boeing é a maior exportadora de bens manufaturados dos EUA e a maior componente do índice Dow Jones e, conforme analisado pelo "The New York Times", a decisão de paralisar a produção "provavelmente causará choques na economia dos EUA", pois "afetará os fornecedores em todo o país e mergulhará a empresa ainda mais na crise".

Acompanhe tudo sobre:BoeingBoeing 737

Mais de Negócios

Cartões UnionPay emitidos no exterior podem ser vinculados ao Alipay e WeChat Pay

De olho na Black Friday, Shein abre área no aeroporto de Guarulhos para acelerar entregas

Autoridade chinesa aprova criação da Beijing BNP Paribas Tian Xing Insurance

'McDonald's da construção civil' recebe aporte milionário para popularizar obra à moda Lego