Negócios

BNDES exige fiança para liberar empréstimo da Sete Brasil

Pelo menos três das condições impostas não podem ser atendidas pela empresa


	BNDES: o banco estaria exigindo uma fiança bancária de US$ 1,5 bilhão
 (Divulgacao)

BNDES: o banco estaria exigindo uma fiança bancária de US$ 1,5 bilhão (Divulgacao)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de março de 2015 às 10h26.

São Paulo - Pelo menos três das condições impostas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para liberar o financiamento de longo prazo para a Sete Brasil, empresa criada para gerenciar a contratação de sondas para exploração do pré-sal pela Petrobrás, não podem ser atendidas pela empresa, segundo contam alguns dos acionistas da companhia.

O banco estaria exigindo uma fiança bancária de US$ 1,5 bilhão, uma auditoria independente para averiguar os preços das sondas contratadas e ainda que os recursos liberados sejam integralmente usados para pagar apenas o primeiro lote de sondas, sete no total.

O argumento dos acionistas é o de que é impossível atender essas três exigências. No caso da fiança, a empresa já está devedora do empréstimo-ponte de US$ 3,6 bilhões com um grupo de seis bancos e não tem crédito na praça.

No caso da auditoria, outros bancos já teriam tentado fazer essa exigência, mas auditores e consultores se recusaram a fazer tal avaliação por não ser possível auferir valores para as sondas, que pela primeira vez estão sendo feitas no Brasil.

No caso do pagamento de apenas o primeiro lote de sondas, os estaleiros ficariam sem fluxo suficiente de caixa para tocar a construção das outras sondas que serão entregues em prazo mais longo.

"Se tivéssemos crédito para uma fiança bancária, usaríamos o dinheiro para pagar os estaleiros", exemplifica um dos donos da Sete.

A empresa já deve mais de R$ 2 bilhões aos estaleiros. "E se pagarmos só o primeiro lote, os estaleiros quebram de qualquer jeito."

As conversas com o BNDES têm sido constantes para se chegar a um acordo.

Desde a divulgação da delação premiada de Pedro Barusco, ex-diretor da empresa, que implicou ex-executivos e os próprios estaleiros em esquemas de pagamento de propina, o banco está impondo novas condições para assinar a liberação dos recursos. O banco não quis comentar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:BNDESEmpréstimosSete Brasil

Mais de Negócios

Uma vaquinha de empresas do RS soma R$ 39 milhões para salvar 30.000 empregos afetados pela enchente

Ele fatura R$ 80 milhões ao transformar gente como a gente em palestrante com agenda cheia

A nova estratégia deste grupo baiano para crescer R$ 1 bilhão em um ano com frotas

Experiente investidor-anjo aponta o que considera 'alerta vermelho' ao analisar uma startup