Reportes: a empresa reportou na véspera uma moagem recorde de 32,7 milhões de toneladas de cana na safra 2017/18, encerrada em março, mas com prejuízo de 1,3 bilhão de reais (Nacho Doce/Reuters)
Clara Cerioni
Publicado em 13 de junho de 2018 às 14h43.
Última atualização em 13 de junho de 2018 às 14h44.
São Paulo - Chuvas neste mês consideradas dentro da média têm favorecido os canaviais da Biosev, especialmente em São Paulo, e tendem a compensar a perda de umidade observada após a estiagem no mês passado, diz nesta quarta-feira o CEO da companhia, Rui Chammas.
Segundo maior processadora de cana-de-açúcar do mundo, a Biosev, braço sucroenergético da Louis Dreyfus Company (LDC), possui 11 usinas no Brasil, das quais cinco em São Paulo.
Em maio, a falta de chuvas acendeu o alerta em todo o setor quanto à qualidade dos canaviais a serem colhidos posteriormente, no terço final da atual safra 2018/19, iniciada em abril. Mas, segundo Chammas, a situação já está bem mais favorável agora.
"(A seca) deve ter um impacto no canavial, sim. Mas a boa surpresa tem sido o mês de junho, com chuvas dentro da média. Isso pode fazer com que perda de umidade seja compensada", afirmou o CEO da Biosev em teleconferência com analistas e investidores.
A empresa também tem usinas em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Paraíba, mas a situação dos canaviais nessas localidades é mais tranquila, afirmou Chammas.
A Biosev reportou na véspera uma moagem recorde de 32,7 milhões de toneladas de cana na safra 2017/18, encerrada em março, mas com prejuízo de 1,3 bilhão de reais.
No ciclo vigente, Chammas comentou que a empresa está "desafiando limites" ao maximizar a produção de etanol, produto que tem remunerado mais que o açúcar.
"Hoje o etanol está pagando um prêmio de 10 por cento sobre o açúcar. Isso mais do que justifica maximizar a produção de etanol", frisou.
O executivo acrescentou ainda que, por ora, a Biosev não tem planos de reativação da usina Maracaju, em Mato Grosso do Sul, e que acompanha "com atenção" os desdobramentos acerca do tabelamento de fretes.
"Estamos atentos, buscando a compreensão de qual o cenário vigente", disse, adicionando que a Biosev buscará meios legais para fazer valer acordos já acertados.