Silvio Berlusconi é o proprietário do AC Milan há 26 anos: o clube é instrumento chave no império político e de comunicação que Berlosconi construiu (Filippo Monteforte/AFP)
Da Redação
Publicado em 2 de maio de 2015 às 15h34.
Milão - Silvio Berlusconi seguirá como dono do AC Milan, mas pode vender uma parte minoritária do clube italiano de futebol, revelou a holding do dirigente neste sábado, após conversas entre o ex-primeiro-ministro italiano e o empresário tailandês Bee Taechaubol.
Berlusconi se encontrou com Bee pela segunda vez na semana, mas um comunicado da Fininvest negou especulações da imprensa nos últimos meses sobre uma possível venda de participação majoritária no Milan, um dos mais bem-sucedidos clubes italianos.
"A colaboração proposta, que ainda deve ser aprimorada em muitos pontos, prevê a aquisição de uma fatia minoritária por um grupo de investidores, com o controle do clube permanecendo firmemente nas mãos do presidente Silvio Berlusconi e da Fininvest", disse o comunicado.
De acordo com a mídia italiana, Bee estaria oferecendo 500 milhões de euros por 51 por cento das ações do Milan, buscando assim se juntar ao grupo dos magnatas estrangeiros que compraram alguns dos maiores clubes europeus nos últimos anos.
O Milan, sete vezes campeão europeu, é instrumento chave no império político e de comunicação que Berlosconi construiu nas últimas três décadas.
Mas o clube perdeu um pouco do seu brilho nos últimos anos. O último de seus 18 títulos no Campeonato Italiano foi conquistado em 2011 e o Milan acumulou dívidas de 250 milhões de euros, com um prejuízo de 91 milhões de euros somente no ano passado.
"Minha principal preocupação é dar aos torcedores do Milan a garantia de que a próxima temporada vai assegurar um futuro à altura do nosso glorioso passado", disse Berlusconi a jornalistas após o encontro com Bee em um hotel de Milão. Os dois já haviam se reunido na suntuosa mansão de Berlusconi na última quarta-feira.
O comunicado da Fininvest afirma ainda que, entre os tópicos da reunião entre os dois, está a valorização da marca do Milan na Ásia. Nem Berlusconi e nem Bee deram algum indicativo de quanto tempo será necessário para chegarem a um acordo definitivo.
"Nós agora vamos trabalhar em alguns detalhes menores e isso levará um pouco mais de tempo", disse Bee, diretor-executivo do grupo de private equity Thai Prime Company Limited.