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BB vê pressão de fintechs, mas estima lucro no topo da previsão em 2019

Rubem Novaes acredita que há espaço para o BB melhorar seus níveis de rentabilidade e que o lucro deve superar os 14,5 bilhões de reais neste ano

Banco de Brasil anunciou que teve lucro acima das expectativas de janeiro a março (Pilar Olivares/Reuters)

Banco de Brasil anunciou que teve lucro acima das expectativas de janeiro a março (Pilar Olivares/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de maio de 2019 às 15h22.

São Paulo — O Banco do Brasil previu que a crescente concorrência das fintechs tende a pressionar as margens do mercado de crédito no Brasil nos próximos trimestres, mas o banco deve atingir o topo de suas estimativas de lucro em 2019, apoiado em controle de despesas e aceleração dos empréstimos, disseram executivos da instituição nesta quinta-feira.

"Tem muita gente nova entrando no mercado e isso deve pressionar as margens do crédito no mercado", disse o presidente-executivo do BB, Rubem Novaes, a jornalistas, durante apresentação sobre os resultados do primeiro trimestre.

Mais cedo, o BB anunciou que teve lucro acima das expectativas de janeiro a março, apoiado na combinação de menores custos de captação e das provisões com calotes, além do controle nas despesas administrativas.

Segundo Novaes, ainda há espaço para o BB seguir melhorando seus níveis de rentabilidade nos próximos trimestres, e o lucro líquido deve ficar no topo da faixa estimada para o ano, de 14,5 bilhões a 17,5 bilhões de reais.

Para o executivo, o banco deve se beneficiar de uma aceleração da atividade econômica a partir do segundo semestre, com um maior otimismo de empresas e pessoas após a esperada aprovação da reforma da Previdência pelo Congresso, no meio do ano.

No fim de março, a carteira de empréstimos do BB havia crescido apenas 0,8 por cento em 12 meses. A faixa de crescimento do BB para essa linha em 2019 é de 3 a 6 por cento.

Interferências

Em meio a polêmicas nas últimas semanas devido ao envolvimento do presidente Jair Bolsonaro em assuntos internos do banco, Novaes procurou minimizar os episódios e assegurou que não há ingerência do governo na gestão.

Em evento no setor agrícola recentemente, Bolsonaro cobrou publicamente Novaes a baixar os juros dos empréstimos para o setor.

"Aquilo foi um brincadeira, o BB é totalmente independente para praticar suas taxas", disse Novaes.

O executivo admitiu que o veto de Bolsonaro a uma campanha de marketing criou um ruído no banco, mas que ele mesmo não concordava com o tema do material dirigido a jovens.

Novaes disse que o BB contratou assessoria para venda de vários ativos nos quais o banco tem participação, incluindo Neonergia, BB Americas (unidade na Florida), Banco Patagonia, IRB e Banco Votorantim.

O banco também contratou consultoria para identificar opções para a BB DTVM e para a unidade de banco de investimentos do grupo.

"Mas ainda não temos um horizonte para quando essas coisas devem acontecer", disse o presidente do BB.

O vice-presidente de varejo do banco, Marcelo Labuto, admitiu que a Cielo, negócio de adquirência do qual o banco divide o controle com o Bradesco, demorou a reagir à dinâmica do mercado, o que custou perda de participação de mercado e margens.

"Mas estamos recuperando e no momento não há na mesa planos de fechamento do capital da Cielo", disse o executivo.

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