BB Seguridade prevê melhora do lucro a partir de 2019
Ano que vem a melhora dos resultados operacionais deve compensar com maior margem os efeitos da queda da taxa básica de juros sobre as receitas financeiras
Reuters
Publicado em 19 de fevereiro de 2018 às 15h37.
São Paulo - A BB Seguridade deve registrar lucros maiores a partir de 2019, quando a melhora dos resultados operacionais deve compensar com maior margem os efeitos da queda da taxa básica de juros sobre as receitas financeiras, disse nesta segunda-feira o presidente-executivo, José Maurício Pereira Coelho.
"Leva algum tempo para a melhora do resultado operacional se sobrepor à queda da receita financeira", disse Coelho a jornalistas em coletiva sobre os resultados do quarto trimestre.
As declarações do executivo ilustram o paradoxo da indústria de seguros no país, que foi um dos últimos setores afetados pela maior recessão da história recente do país, já que resultados operacionais mais fracos foram em grande parte compensados com ganhos financeiros mais elevados num período de juros altos.
Após ter atingido o pico em quase uma década a 14,25 por cento ao ano em julho de 2015 e permanecer nesse patamar por mais de um ano, a taxa básica de juros, a Selic, veio caindo gradualmente até chegar ao piso histórico de 6,75 por cento ao ano na semana passada.
Com isso, enquanto empresas de vários segmentos ligados ao consumo e à produção mostraram melhora nos resultados do quarto trimestre, em linha com sucessivos indícios de retomada da atividade econômica, a companhia revelou queda no lucro e previsões para 2018 que desanimaram investidores.
Braço de participações do Banco do Brasil em seguros e previdência, a BB Seguridade informou nesta segunda-feira que teve lucro líquido ajustado de 941 milhões de reais no quarto trimestre, queda de 12,5 por cento sobre um ano antes. Para 2018, a BB Seguridade previu que seu lucro líquido ajustado oscilará entre queda de 2 por cento e alta de 2 por cento.
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido no quarto trimestre, de 42,2 por cento, representou uma acentuada queda de 10 pontos percentuais sobre um ano antes. Coelho disse também não esperar melhora desse indicador em 2018.
Embora Coelho tenha frisado a melhora dos resultados do segundo semestre em relação ao primeiro, o desempenho operacional de outubro a dezembro foi mais fraco do que um ano antes em quase todas as principais linhas. O lucro na linha de seguro de vida caiu 15,4 por cento, enquanto o de capitalização recuou 65 por cento ante o último trimestre de 2016. Em patrimônio e automóvel, o resultado passou de lucro de 14,8 milhões de reais para prejuízo de 29,5 milhões de reais.
Essa combinação pesava sobre a ação da empresa, que liderava as perdas do Ibovespa, com recuo de 3,78 por cento às 15h24, enquanto o principal índice da bolsa paulista subia 0,19 por cento.
Segundo Coelho, as vendas da companhia em linhas como capitalização, seguros de vida e previdência complementar estão ganhando força, tendência que deve se prolongar ao longo de 2018, mas só a partir do ano seguinte esse movimento ficará mais nítido nos resultados.