BB deve ter rentabilidade superior a 10% em 2018, diz presidente
O banco federal fechou o terceiro trimestre com rentabilidade anualizada sobre o patrimônio líquido de 10,8%
Reuters
Publicado em 6 de dezembro de 2017 às 21h08.
São Paulo - O Banco do Brasil deve elevar sua rentabilidade até chegar a níveis próximos aos de rivais privados em 2019, mesmo que isso implique perder fatia de mercado, disse nesta quarta-feira o presidente-executivo do banco, Paulo Caffarelli.
"O BB não se preocupa com market share, o BB se preocupa com rentabilidade", disse o executivo durante a apresentação para a Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec).
O banco federal fechou o terceiro trimestre com rentabilidade anualizada sobre o patrimônio líquido de 10,8 por cento. Embora o número tenha crescido em relação aos 9,9 por cento no mesmo período do ano passado, ainda ficou bastante aquém de índices de concorrentes privados como Bradesco, de 18,1 por cento, e do Itaú Unibanco (21,6 por cento).
Segundo Caffarelli, o BB deve ter no ano que vem um lucro ajustado de dois dígitos baixos, o que na prática significa algo entre 11 bilhões e 14 bilhões de reais.
Com lucro acumulado de 7,9 bilhões até setembro, o banco caminha para fechar 2017 com resultado positivo ao redor de 10,5 bilhões, dentro da faixa prevista de 9,5 bilhões a 12,5 bilhões, forte alta após 7,2 bilhões de reais no ano passado.
Se alcançar a previsão de Caffarelli, o BB teria em 2018 um aumento do lucro ao redor de 20 por cento em relação a este ano. Isso tenderia a elevar sua rentabilidade bem superior a 10 por cento, disse o executivo.
As declarações acontecem em meio aos esforços da administração de Caffarelli, que assumiu a presidência do BB no ano passado, de conquistar a confiança dos investidores no sentido de priorizar a rentabilidade e, ao mesmo tempo, melhorar os índices de capital sem necessidade de ajuda do governo.
O executivo reiterou a meta do BB de alcançar um nível de capital principal de 9,5 por cento no começo de 2019, quando entram em vigor integralmente no país as regras de Basileia III, mas rígidas que as atuais.
Atualmente, o banco detém um índice de 10 por cento, mas esse nível deve cair no começo de 2018, com o gradual enquadramento a regras de capital mais exigentes.
Apesar desse esforço para resolver questões internas, o BB está pronto para elevar a oferta de crédito à medida que a economia brasileira ganha tração, disse o executivo, que previu para os próximos cinco anos uma taxa média de crescimento anual ao redor de 7 por cento.
Mais cedo nesta quarta-feira, o BB divulgou o conteúdo da apresentação feita a analistas, na qual previu que os segmentos pessoa física, agronegócio e pequenas e médias empresas vão liderar o crescimento do crédito em 2018.
A apresentação mostrou também que o BB projeta para 2018 despesas menores com provisões, despesas administrativas subindo abaixo da inflação, melhora gradual da qualidade da carteira e expansão das receitas com tarifas acima da inflação.
Caffarelli disse ainda que o banco não pretende se desfazer do controle do argentino Banco Patagonia. Reforçou ainda que o BB segue se preparando para lançar ADRs (recibos de ações) nível 2 na Bolsa de Nova York.