Reino Unido: Bancos têm medo que sejam impedidos de conduzir negócios com países da União Europeia (Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de outubro de 2016 às 09h26.
Última atualização em 23 de outubro de 2016 às 09h29.
Londres - O chefe da Associação dos Banqueiros Britânicos (British Bankers' Association, BBA) acredita que as instituições financeiras planejam começar a abandonar Londres, por conta da incerteza com relação à saída do Reino Unido da União Europeia. O diretor executivo da entidade, Anthony Browne, disse que instituições menores poderiam deixar o país ainda este ano.
O executivo afirmou em artigo publicado neste domingo (23) que os bancos temem a imposição de barreiras por parte de políticos do bloco europeu. O risco visto pelos bancos, diz, é o de que haja um impedimento para que instituições financeiras baseadas em Londres, o principal financeiro europeu atual, conduzam negócios com países do bloco.
Ao jornal The Observer, Browne afirmou que banqueiros estão com as mãos "tremulando sobre o botão da realocação". Segundo ele, vários pequenos bancos planejam começar a se mudar antes do Natal enquanto bancos maiores devem iniciar a saída no primeiro trimestre do ano que vem.
Browne afirma ainda que a imposição de tarifas iria ferir tanto o Reino Unido quanto a União Europeia, mas considerou que os argumentos econômicos podem se perder em meio à retórica política. Ele opinou que os governos nacionais podem "tentar usar as negociações de saída da União Europeia para construir muros que separem o mercado financeiro europeu em duas partes, provocando a migração de postos de trabalho para fora de Londres".
O governo britânico afirmou em um comunicado que tem conhecimento da importância do setor de serviços financeiros para a economia do Reino Unido. Disse ainda que as autoridades britânicas "têm garantido recursos para conseguir o melhor acordo" para o país. Fonte: Associated Press.