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Azul vai priorizar piloto formado na PUC-RS em seleção

Companhia firmou acordo que prevê que aluno da instituição não vai precisar participar da primeira fase da seleção

A Azul espera obter mão de obra qualificada com o acordo (Divulgação/Divulgação)

A Azul espera obter mão de obra qualificada com o acordo (Divulgação/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2013 às 18h02.

O risco de um apagão de mão de obra no setor aéreo levou a Azul a buscar uma espécie de seguro para não ficar sem pilotos. A empresa assina amanhã um convênio com a Faculdade de Ciências Aeronáuticas da PUC-RS, de Porto Alegre (RS), que dá prioridade aos profissionais formados pela instituição em seus processos de seleção. A faculdade formou pilotos para a Varig por quase uma década.

Com a parceria, a companhia espera preencher parte das 150 vagas para copiloto que planeja abrir por ano até 2015. Hoje, a PUC-RS tem capacidade para formar 60 alunos por ano. Segundo o diretor da faculdade, Elones Ribeiro, os egressos da instituição pularão a primeira etapa do processo seletivo, de análise de currículos, mas terão de ser aprovados em entrevistas e testes aplicados pela empresa.

Para o diretor de operações da Azul, Álvaro Neto, a companhia sai na frente na disputa por profissionais qualificados. "A aviação comercial experimentou nos últimos anos um crescimento inédito e a formação de profissionais não tem acompanhado esse ritmo. Ainda não estão faltando pilotos, mas poderão faltar se o processo de formação não for acelerado", afirma.

O executivo lembra que o País ainda sofre os efeitos da debandada de pilotos brasileiros para o exterior depois que Varig, Vasp e Transbrasil encerraram suas operações. "A Azul já repatriou cerca de 50 profissionais que estavam fora, mas ainda há mais de 300. É difícil trazê-los de volta, pois a maioria se estabilizou e é muito bem remunerada", diz. Embora não haja exigências de que os pilotos de companhias aéreas tenham graduação em Ciências Aeronáuticas, a tendência é de que as companhias deem preferência a esses profissionais, avalia Neto, da Azul.

"Notamos nos últimos anos uma mudança muito importante na atividade de um piloto de linha aérea. Hoje as aeronaves trazem uma tecnologia embarcada muito sofisticada. O piloto agora tem de ser também um gerente do voo, administrando sistemas, conflitos e situações adversas", afirma.

O alto custo da formação dos pilotos, no entanto, ainda é um entrave para que mais pessoas ingressem na profissão. O curso da PUC-RS, que tem duração de três anos, custa R$ 110 mil, por exemplo. Esse valor, no entanto, só inclui a parte teórica. Para se formar, os alunos precisam ainda arcar com os custos das horas de voo exigidas.

A criação do curso da universidade gaúcha em 1993 foi uma iniciativa da Varig. Numa primeira fase, a companhia garantia a contratação de todos os formados. Depois, o convênio passou a prever apenas a prioridade para os alunos da faculdade. O acordo foi desfeito em 2001, quando a Varig começou a passar por problemas financeiros e não teve mais condições de cumprir algumas cláusulas, como o transporte dos estudantes para eventos e testes.

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