Internet a bordo: aviões da Azul terão internet de graça durante o voo (Azul Linhas Aéreas/Divulgação)
Gabriel Aguiar
Publicado em 18 de junho de 2021 às 13h25.
Última atualização em 18 de junho de 2021 às 14h12.
A Azul Linhas Aéreas passou a oferecer internet Wi-Fi nas aeronaves — assim como Gol e Latam. Só que, diferentemente das rivais, o serviço não será cobrado dos passageiros. Por enquanto, a novidade está disponível em 17 unidades de nova geração de Airbus e Embraer. Mas a estimativa é de que 35 aviões A320, A321 e E195-E2 recebam essa funcionalidade nos próximos 12 meses.
“É uma internet super-rápida para aviação, que, comparada às concorrentes, tem velocidade de ponta. Então, a velocidade é muito maior, como em casa, a 10.000 metros de altitude. E isso é extremamente difícil, porque o avião está em movimento. Podemos dizer que temos as aeronaves com a internet mais rápida no mundo”, diz Marco Barbosa, diretor de experiência do cliente da Azul.
Pela primeira vez, toda a modificação, incluindo instalação e homologação, foi realizada no Brasil. Esses processos ficam a cargo do hangar inaugurando pela companhia em Campinas (SP) há pouco mais de um ano, que recebe todos os equipamentos e também será responsável pela manutenção no futuro. Antes disso, as modificações eram feitas fora do país — como nas primeiras aeronaves.
“No fim, a mão de obra que a gente tinha e os investimentos que a gente fazia eram para fora. E, como a gente tem o objetivo de transformar toda a nossa frota, foi muito importante incorporar essa tecnologia aqui dentro. Isso significa geração de emprego e desenvolvimento de pessoas, porque estamos tratando de alta tecnologia. Então, nós ajudamos o desenvolvimento econômico”, afirma.
E, apesar de oferecer custos mais baixos para a instalação da internet sem fio, a companhia não cogita a possibilidade de abrir o hangar a outras empresas (pelo menos neste momento). Segundo o executivo, no primeiro ano, todo foco e capacidade serão destinados às próprias aeronaves da Azul. Contudo, Barbosa explica que a oportunidade de negócio não está descartada caso se mostre viável.
“Olhamos além da tecnologia, como é o caso do Wi-Fi. E nos preocupamos muito para todas os processos mais eficientes, porque isso é bom para o cliente e bom para nós. Quando uma companhia aérea ganha tempo, isso significa voar mais e ter mais rentabilidade. Nossas margens já são as maiores do mercado, mas, na aviação, é muito importante identificar e analisar todas possibilidades”.
Com operação bem-sucedida durante a pandemia de covid-19, a Azul conquistou a liderança — tomando o lugar da Gol — no mercado doméstico. Mas o resultado também despertou a atenção de concorrentes, como é o caso da Itapemirim Transportes Aéreos, companhia aérea que começará a operar neste mês e que já confirmou a intenção de brigar pela primeira posição nos próximos anos.
“Somos uma empresa que respeita todos os rivais e é muito bom para o Brasil ter outras oportunidades. Para os clientes também. Isso é bom para a economia. Vamos fazer o que sempre foi nosso foco: prestar um serviço diferenciado. Não estamos contentes com a liderança que temos e buscamos outras formas de nos diferenciarmos. Essa é a maneira como trabalhamos com concorrentes”.
Por fim, a previsão é que o setor de aviação comercial se recupere completamente apenas no início do ano que vem, com estimativas para o primeiro trimestre. E, para concretizar esses planos, Barbosa espera que a vacinação esteja concluída em pelo menos 50% da população nos próximos meses. Para contribuir com esse avanço, a Azul transporta o medicamento sem nenhum custo.