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AT&T negocia com EUA aprovação de acordo com Time Warner

Concorrentes disseram aos advogados do departamento que temem que a AT&T favoreceria a programação interna que compraria, segundo fontes

Time Warner: o Departamento de Justiça está sendo pressionado a não aprovar a fusão (Time Warner/Divulgação)

Time Warner: o Departamento de Justiça está sendo pressionado a não aprovar a fusão (Time Warner/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2017 às 16h25.

Nova York/Washington - As autoridades antitruste dos EUA começaram a negociar com representantes da AT&T e da Time Warner a respeito de possíveis condições que garantiriam a aprovação de sua combinação em uma operação de US$ 85,4 bilhões, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

As discussões, que estão em fase inicial, sugerem que os advogados do governo praticamente concluíram a análise realizada durante meses a respeito de como a AT&T, a maior distribuidora de TV paga, poderia mudar o panorama da mídia com sua oferta pela empresa dona da CNN e da HBO -- e mostra que as partes começaram a conversar a respeito de como podem fazer a fusão funcionar sem prejudicar as rivais.

As autoridades antitruste dos EUA, que impediram muitas combinações entre concorrentes diretos, raramente interfere para impedir acordos verticais como esse. Mas o Departamento de Justiça está sendo pressionado a não aprovar a fusão. Concorrentes dos setores de mídia e de TV por assinatura disseram aos advogados do departamento que temem que a AT&T favoreceria a programação interna que compraria, segundo duas pessoas familiarizadas com o assunto.

Parlamentares democratas, por sua vez, afirmaram que o acordo poderia levar a preços mais altos e a menos opções. E o presidente dos EUA, Donald Trump, disse durante a campanha eleitoral que a combinação concentraria o poder da mídia.

Bom comportamento

Os advogados antitruste atualmente se concentram, segundo as pessoas informadas a respeito, em avaliar se a AT&T poderia fazer uma promessa de bom comportamento suficientemente convincente para satisfazer as autoridades -- mostrando, por exemplo, que não usará seu peso para se aproveitar injustamente de sua própria programação.

Esse tipo de contrapartida, chamado de remédio de conduta, é comum em acordos verticais como esse. A AT&T está aberta às condições para diminuir as preocupações, disse seu CEO, Randall Stephenson, à CNBC, no ano passado, após o anúncio do acordo.

Um desafio: os advogados do Departamento de Justiça estão iniciando as negociações sem que seu novo chefe possa avaliar um acordo que transformaria a AT&T em um império midiático e de telecomunicações.

O diretor antitruste do Departamento de Justiça nomeado por Trump, Makan Delrahim, aguarda confirmação do Senado.

Delrahim não vê grandes problemas no negócio, a julgar por suas declarações públicas. Ele disse aos senadores, no início do ano, que as fusões verticais não costumam aumentar os problemas de concorrência.

Ele também disse no ano passado antes de sua nomeação que o acordo da Time Warner não cria grandes obstáculos antitruste apesar de seu tamanho, porque une uma distribuidora de TV por assinatura com uma provedora de conteúdo.

Pessoas familiarizadas com esse pensamento afirmam que ele não é fã dos remédios de conduta. Se rejeitar reparações comportamentais, ele poderia tanto decidir bloquear o acordo quanto aprová-lo sem mudanças.

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