As empresas premiadas pelo Guia EXAME Sustentabilidade 2015
O maior levantamento de sustentabilidade corporativa do país reúne exemplos inspiradores. Confira!
Vanessa Barbosa
Publicado em 5 de novembro de 2015 às 11h41.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h27.
São Paulo - A edição 2015 do Guia EXAME de Sustentabilidade, o maior levantamento de sustentabilidade corporativa do país, reúne exemplos inspiradores. Neste ano, 68 empresas-modelo são apresentadas por 21 setores, com destaque especial para as companhias com as melhores práticas em cada um deles. Além disso, a revista EXAME destaca as companhias com as melhores práticas em 10 categorias. São elas: Governança de Sustentabilidade; Direitos Humanos; Mudanças Climáticas; Relação com a Comunidade; Relação com Clientes; Gestão de Fornecedores; Gestão de Água; Gestão de Biodiversidade; Gestão de Resíduo; e Ética e Transparência. O Guia atende a um dos pilares da marca EXAME, de reconhecer e apoiar iniciativas que contribuam com o desenvolvimento sustentável do país, abrangendo os âmbitos social, ambiental e econômico. A metodologia usada para avaliar as companhias foi desenvolvida pelo Centro de Estudos da Fundação Getúlio Vargas (GVCes), referência em estratégias, políticas e ferramentas de gestão públicas e empresariais em sustentabilidade no país. Clique nas imagens e veja as empresas-modelo segundo a nova edição do Guia EXAME de Sustentabilidade, que já está disponível nas bancas, tablets e smartphones.
O agronegócio é uma atividade sedenta por água, um recurso cada vez mais escasso. Atenta à questão, a Bunge resolveu investir em duas frentes para reduzir o consumo do insumo. Apostou em programas de educação, como o Colaborador Sustentável, que busca conscientizar os funcionários, e no uso de água de reúso em caldeiras e torres de resfriamento em Jaguaré. Resultado: entre 2012 e 2014, o projeto-piloto ajudou a reduzir em 40% o consumo de água no processo produtivo. Uma mudança positiva que já está sendo adotada em outras fábricas da empresa.
Só no ano passado, as rodovias federais registraram cerca 4000 mortos e quase 30 mil feridos em acidentes envolvendo ônibus e caminhões. Dona de 15% de todos os veículos pesados que circulam pelo país, a Volvo quer reduzir essa estatística trágica. Para isso, lançou em 2012, o desafio Zero Acidente, que trabalha tanto na parte de conscientização dos motoristas quanto no desenvolvimento de tecnologias que aumentem a segurança dos veículos. No ano passado, a Volvo também lançou o Atlas da Acidentalidade, que mapeia os pontos críticos das estradas com base em dados da Polícia Rodoviária Federal.
Reciclagem é a palavra de ordem na subsidiária brasileira da fabricante de embalagens Tetra Pak que, só no ano passado, produziu mais de 13 bilhões de embalagens. Para reduzir o impacto ambiental de seus produtos, a empresa vem apoiando as cooperativas de catadores de material reciclável, através de doação de equipamentos especiais e da capacitação desses profissionais. Em 2014, 31% de todas as embalagens TetraPak foram recicladas no país. A meta global da empresa é aumentar essa taxa para 40% até 2020.
A Unilever tem atuado fortemente em programas de formação e conscientização no Brasil, que concentra a segunda maior operação da empresa anglo-holandesa. Cada marca é associada a um projeto específico. Parte do investimento em publicidade do detergente Brilhante, porexemplo, é revertido para cursos que ajudem mulheres a abrir seu próprio negócio. E, por meio da Dove, a empresa busca fortalecer a autoestima das consumidoras, com ajuda de seus funcionários e ONGs, que ministram palestras em escolas.
Aos olhos da construtura paulista Even , a missão de um mestre de obras vai muito além de fiscalizar e supervisionar o andamento dos trabalhos no canteiro de obras. Este profissional também deve ser um mensageiro da sustentabilidade na construção. Dessa ideia surgiu o Olhares Sustentáveis no Canteiro, projeto que ensina os mestres de obras a fotografar e os desafia a registrar a boa gestão dos resíduos nas obras. As imagens encantaram tanto que, posteriormente, foram expostas na Pinacoteca do Estado de São Paulo.
A EY (ex-Ernst & Young) está atenta ao potencial das micro e pequenas empresas no Brasil. Afinal, elas respondem por nada menos do que 20% do PIB e 60% dos empregos. Buscando fomentar as redes de relacionamento e os negócios nessa área, a empresa de consultoria e auditoria tem investido pesado em eventos, como o CEO Summit, o Empreendedor do Ano e o Winning Women, voltado a mulheres empreendedoras. O objetivo é criar condições para o empreendedorismo florescer ainda mais por aqui.
Reconhecer a existência de um problema e colocar em prática programas de informação, comunicação e transparência é uma forma promissora para uma empresa se recuperar de um escândalo corporativo. A alemã Siemens sabe bem disso. Desde 2006, quando a empresa viu-se envolvida em uma série de denúncias de irregularidades em contratos em vários países, ela revisou e reforçou seus sistemas de controle interno a fim de se tornar um modelo de transparência e ética. Hoje, a Siemens já treinou mais de 300 mil funcionários em todo o mundo sobre as novas políticas.
Com seu novo modelo de governança e sustentabilidade, a distribuidora Elektro colocou os empregados como agentes de mudança. Hoje, eles têm um papel ativo na adoção de melhorias. As sugestões são encaminhadas para o Comitê de Sustentabilidade, que recomenda os projetos mais promissores para a diretoria. Mais de 240 melhorias já foram implantadas - elas vão desde a redução do desperdício de alimentos no refeitório à adoção de caronas solidárias. Em 2014, a empresa, que atua em São Paulo e Mato Grosso do Sul, também proporcionou treinamento formal em política anticorrupção e direitos humanos para seus funcionários.
O laboratório Eurofarma pesquisa uma solução para descontaminar plásticos e vidros de remédios classificados como perigosos a fim de viabilizar a reciclagem destes materiais. No ano passado, 91% dos resíduos do processo produtivo foram fornecidos a cimenteiras para alimentar fornos e gerar energia. Na dimensão social, a empresa investe em projetos culturais, esportivos e educacionais. Um dos mais bacanas é o centro técnico de enfermagem que custeia até três anos de formação de jovens carentes.
Estresse financeiro é um problema que pode afetar não apenas a vida pessoal, mas também a profissional. Sabendo disso, o Itaú desenvolve uma série de projetos para promover a impotância de organizar as finanças. A iniciativa gera efeitos positivos. Em um programa de planejamento e educação financeira que o banco fez junto a 800 empresas, entre 2012 e 2014, o endividamento dos clientes diminuiu, enquanto a parcela destes que possui plano de previdência privada e fundos de investimentos aumentou.
Quem tem a natureza como atrativo turístico precisa cuidar muito bem dela. O Grupo Rio Quente se destaca nesse sentido. Como depende essencialmente de água, a empresa que administra sete hotéis e um parque aquático na cidade de Rio Quente, no sul de Goiás, faz uma gestão eficiente do recurso. Além de reutilizar a água que passa pelas piscinas para atividades de banheiro e jardins, o complexo possui uma estação de tratamento própria, que devolve o recurso usado em condições de balneabilidade ao leito do rio Quente. Energia é outro foco da empresa. Com monitoramento do consumo, instalação de sistemas de aquecimento solar nos chuveiros e geração de biogás a partir do esgoto, o Grupo Rio Quente já conseguiu reduzir em 15% o consumo de luz.
A agenda de sustentabilidade da CCR tem três objetivos claros: reduzir os impactos sociais, econômicos e ambientais das atividades da concessionária. Duas das principais investidas nesse sentido são o programa Estrada para a Saúde, que presta alguns serviços médicos, como exames de rotina, para os motoristas de caminhão, e o Estrada para a Cidadania, que leva conceitos de educação no trânsito, cidadania e meio ambiente para milhares de alunos do ensino fundamental de escolas públicas em centenas de municípios. O grupo ainda criou neste ano o Instituto CCR, que visa estruturar a gestão de projetos apoiados pela empresa.
Ao longo de um ao e meio, a subsidiária brasileira da chilena Masisa , uma das líderes em produção e comercialização de painéis de madeira na América Latina, desenvolveu uma nova visão de negócios, que busca aproximar a empresa das pessoas e do consumidor final. Foi preciso desenvolver a liderança necessária para assumir essa competência. Assim surgiu o programa Universidade dos Líderes, uma série de encontros com gestores em torno de temas como gestão de pessoas e processos, formação de líderes e alto desempenho. O sucesso do projeto brasileiro conquistou a matriz chilena e a acabou sendo replicado em outras subsidiárias da Masisa.
A mineração consome quantidades gigantescas de água em processos como resfriamento e separação de metais. Mas com boa gestão e tecnologias de reúso, grande parte deste consumo pode ser reduzido. Essa é meta da Votorantim Metais : a empresa quer ter 75% da água reciclada até 2025; hoje este índice é de 44%. Algumas fábicas da empresa já ultrapassaram a meta global. É o caso de Morro Agudo, em Paracatu, Minas Gerais, que chega a reutilizar 89% da água usada no proecesso de produção de zinco.
É por meio da restauração de floresta nativa que a Fibria , maior produtora mundial de celulose de fibra curta de eucalipto, espera colher bons frutos do seu negócio. Explica-se: o esfoço de aumentar a presença da floresta nativa lado a lado com o cultivo de eucalipto garante valiosos "serviços ecossitêmicos". São esses benefícios obtidos dos ecossistemas que ajudam a empresa a aumentar a produtividade de suas plantações. Desde 2012, a Fibria já restaurou 10000 hectares de florestas. A meta é recompor 40000 dentro de 13 anos.
Maior indústria na América Latina de transformação de EPS (sigla em inglês para poliestireno expandido, o famoso isopor), a catarinense Termotécnica mantém há 15 anos um programa de reciclagem, que hoje coleta cerca de 30% das embalagens de isopor descartadas no Brasil. Mais recentemente, a empresa resolveu apostar numa alternativa ao uso de alvenaria na construção civil. Trata-se do sistema construtivo Monoforte, que consiste em paineis de EPS e malha de aço, que, segundo a empresa, podem reduzir em 90% a geração de resíduos nas obras e economizar água e energia.
Desde 2012, a Sabin , maior laboratório de análises clínicas do Centro-Oeste, comprou sete empresas e ampliou sua rede de atendimentos de 68 para 180 unidades. Com a expansão veloz, a empresa criou um grupo especial baseado na sede em Brasília para garantir que os negócios mantenham-se fiéis aos valores que nortearam o grupo até aqui, incluindo a política de sustentabilidade do laboratório. Até 2020, a meta é aumentar em 50% o número de unidades.
Líder em gestão sustentável de frotas no Brasil, a gaúcha Ecofrotas não para de inovar. Em 2014, lançou uma plataforma online que mostra diversas informações relacionadas ao desempenho dos veículos e dos motoristas, como o local de abastecimento, tipo de rota e consumo por litro. E, desde 2012, a empresa mantém um programa que dá créditos de carbono para empresas que substituírem a gasolina pelo etanol em veículos flex. Para tornar a gestão ainda mais eficiente, a Ecofrotas também treina os motoristas e dá dicas de como dirigir com mais economia e segurança.
A operadora Algar Telecom criou em 2013 um comitê que funciona como um guardião das práticas sustentáveis. Subordinado à presidência, ele dissemina as boas iniciativas em seus 20 escritórios regionais. Com sede em Uberlândia, Minas Gerais, a empresa já colhe frutos dessa iniciativa. Por exemplo, o índice de reciclagem de resíduos administrativos, como papel e plástico, cresceu nada menos do que 62% e mais de 30 mil mudas foram plantadas com ajuda dos próprios funcionários e comunidades locais.
Em fevereiro, o Grupo Libra, um dos maiores operadores de logística e de comércio exterior do Brasil, inaugurou a obra de expansão no terminal no Rio de Janeiro, o seu maior empreendimento em sete décadas. O upgrade é notável: o novo terminal conta com equipamentos que emitem 85% menos gases do que os modelos a diesel. Reduzir as emissões de carbono é um dos quatro pilares da política socioambiental da empresa, que inclui, ainda, gestão adequada de resíduos, formação de jovens para o primeiro emprego das comunidades do entorno das suas áreas de atuação e segurança no trabalho.
A rede Ipiranga, uma das empresas do grupo Ultra, está em busca do posto ecoeficiente. Para isso, quer ampliar o número de postos que adotam boas práticas para economizar água e energia e gerar menos resíduos. Até o começo de 2016, a meta é alcançar 1 000 dos 7 100 postos da rede pelo país. Reduzir o impacto ambiental dos negócios também é o foco de outras empresas do grupo. A distribuidora Ultragaz, por exemplo, tem investido na abertura de lojas com selo de construção sustentável, e a química Oxiteno vem trabalhando no desenvolvimento de produtos com matérias primas renováveis.
Respeito à diversidade no trabalho virou palavra de ordem no Itaú Unibanco. Em 2014, a empresa divulgou o "Compromisso de Direitos Humanos", um documento que propaga o respeito à diversidade e combate a qualquer tipo de discriminação no trabalho. Promover a igualdade de oportunidades, com políticas voltadas para a valorização das mulheres, é outro esforço contínuo do banco, tanto que a participação das mulheres em cargos de gestão subiu de 48% para 50,3%.
Os princípios éticos devem compor a base da cultura de uma empresa. Para garantir isso e também aumentar a transparência, a operadora Algar Telecom renovou seu código de conduta, treinou seus gestores sobre a lei anticorrupção e criou um canal para receber denúncias 24 horas por dia. Através do Canal Integridade, administrado por uma empresa terceirizada, os funcionários e o público externo podem fazer denúncias ou perguntas relacionadas à conduta ética tanto dos trabalhadores quanto dos parceiros de negócio.
Para reduzir a pressão sobre os recursos hídricos da sua maior fábica, em Telêmaco Borba, São Paulo, a paulista Klabin tem aumentado, ao longo dos anos, a eficiência no uso desse recurso. Em duas décadas, a empresa reduziu a quase um terço o consumo de água para produzir cada tonelada de papel na fábrica, um avanço crucial para dar um novo salto na produção. O resultado foi obtido graças à racionalização de processos, equipamentos mais modernos e conscientização dos funcionários.
Quem disse que biodiversidade não tem nada a ver com negócios? Além de usar papel certificado pelo Forest Stewardship Council (FSC), que atesta o bom manejo florestal, a sueca Tetra Pak também patrocina programas de proteção a animais e projetos de promoção da consciência de respeito à natureza e sua biodiversidade em escolas de várias regiões do país. As ações da empresa se concentram em cinco dos seis biomas brasileiros: amazônia, caatinga, mata atlântica, pantanal e cerrado.
A fabricante de alimentos suíça Nestlé possui cerca de 48 mil fornecedores por todo o Brasil. É muita coisa e, para garantir que eles estejam alinhados a seus princípios de sustentabilidade, a empresa mantém desde 2010 o programa de auditoria Fornecimento Responsável. Os fornecedores são avaliados por vários quesitos, como segurança, saúde, higiene, cumprimentos de leis ambientais e trabalhistas. Quem não passa no crivo da empresa deve adotar medidas corretivas.
A catarinense Termotécnica lidera o maior programa de coleta e reciclagem de isopor do país. Fabricante de embalagens de EPS, nome técnico do material, ela recicla um terço do isopor no país (cerca de 14 mil toneladas), gerando renda para mais de 5 mil famílias. Buscando ampliar a conscientização sobre o material, a empresa promove palestras em escolas e, há pouco tempo, lançou um portal que mostra os pontos de reciclagem mais próximos do consumidor
Dobrar de tamanho até 2020 e reduzir à metade o seu impacto ambiental: para cumprir esse compromisso, adotado em 2010, a gigante dos bens de consumo Unilever criou um verdadeiro filtro de sustentabilidade. Pela lupa verde, passam todos os novos lançamentos da marca, que devem, obrigatoriamente, ter uma fórmula ou embalagem de menor impacto ambiental. Exemplo mais recente de inovação neste sentido são os desodorantes comprimidos, que contam com uma nova tecnologia que reduz a quantidade de gás necessária para entregar a mesma quantidade de componentes antitranspirantes por aplicação.
A ArcelorMittal , maior fabricante de aço no mundo, foi a pioneira entre as siderúrgicas a investir, em 2009, no comércio de créditos de carbono como forma de reduzir as suas emissões de gases de efeito estufa. Por meio desse modelo, a empresa compensa hoje 10% das emissões do seu proceso produtivo. Outras iniciativas que fazem a diferença é o reaproveitamento de gases e calor para gerar energia termelétrica na unidade de Tubarão, o que garante a autossuficiência da unidade capixaba.
Em 2013, a concessionária Elektro escolheu a cidade de São Luiz do Paraitinga, em São Paulo, para implementar um projeto piloto de uso avançado de tecnologia de gestão na rede elétrica. A meta é cobrir 100% da cidade com medidores inteligentes de energia, a fim de monitorar de forma mais eficiente o consumo de luz. Outro esforço de peso da empresa são suas ações de relacionamento com a comunidade, como o programa Elektro nas Escolas, voltado à educação para o uso mais eficiente de energia, e o Energia Comunitária, que troca lâmpadas de casas de famílias de baixa renda e faz uma revisão das instalações elétricas de suas casas.
Maior produtora de celulose de fibra curta de eucalipto do mundo, a Fibria está empenhada em aprimorar a relação com seus clientes. Disposta a estreitar o relacionamento com esse público, a empresa assumiu o papel de monitorar de perto todas as reclamações que chegavam à área comercial. Além disso, a Fibria criou um questionário sucinto para medir o nível de satisfação de outras áreas das empresas clientes, como as de desenvolvimento de produto. Se valeu a pena a nova metodologia? Em 2014, o índice de satisfação das compradoras chegou a 83%.
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