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ArcelorMittal e Usiminas planejam porto de US$ 800 mi

Parceria em projeto viabilizará maiores exportações de minério de ferro

O consórcio em formação, que deve contar também com a operadora de portos Multiterminais, prevê investimentos da ordem de US$ 800 milhões (Sean Gallup/Getty Images)

O consórcio em formação, que deve contar também com a operadora de portos Multiterminais, prevê investimentos da ordem de US$ 800 milhões (Sean Gallup/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 19 de março de 2012 às 17h12.

Rio de Janeiro - A ArcelorMittal, maior grupo siderúrgico do mundo, e a brasileira Usiminas planejam parceria para disputar a concessão de construção de um porto na baía de Sepetiba (RJ), em projeto que viabilizará maiores exportações de minério de ferro.

O consórcio em formação, que deve contar também com a operadora de portos Multiterminais, prevê investimentos da ordem de 800 milhões de dólares para melhorar o escoamento da produção de Minas Gerais, afirmou à Reuters o diretor-presidente da ArcelorMittal Mineração Brasil, Sebastião Costa Filho.

As empresas aguardam o edital de licitação, que deve sair até junho, segundo o executivo, para disputar a concessão conhecida como "área do meio", para erguer um novo porto entre os dois já existentes operados pela Vale e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

"Temos perspectiva, conversas adiantadas com a Multiterminais e a Usiminas Mineração para, através de um consórcio... tornar mais competitiva a exploração minerária em Serra Azul (MG)", afirmou Costa Filho.

Além de escoar a produção própria, a companhia sinalizou que poderá exportar o minério de outras companhias.

"Estamos pretendendo também abrir espaço a pequenas mineradoras da região", acrescentou.

O principal problema das mineradoras com planos de expansão em Minas Gerais é a logística deficitária para escoamento do minério de ferro, relatam várias empresas. O Estado responde por cerca de dois terços da produção nacional da matéria-prima do aço.

Produção

A ArcelorMittal planeja expandir sua produção em cerca de 65 por cento no próximo ano, com investimento de 50 milhões de dólares na mina de Serra Azul, além dos 75 milhões de dólares que estão sendo aplicados em uma nova planta na mina do Andrade, como lembrou o executivo.

A meta da empresa é elevar a produção de ferro no Brasil para 7,1 milhões de toneladas em 2013, segundo revelou o executivo.

Mas em 2012 a extração deverá recuar, para 4,3 milhões, ante os 5,3 milhões de toneladas produzidos em 2011, com o declínio da produção antes da nova injeção de recursos para a empresa elevar o total produzido.


A companhia tem como meta produzir 75 por cento das suas necessidades de minério de ferro a partir de minas próprias, chegando a uma produção da ordem de 100 milhões de toneladas. A produção global de minério da Arcelor soma 54 milhões de toneladas.

Além de Serra Azul, a companhia produz minério na mina do Andrade, próxima à sua usina siderúrgica em João de Monlevade. A planta é totalmente abastecida com minério próprio, e o excedente é vendido para a Usiminas.

A empresa também trabalha com outras alternativas ao porto, caso não seja bem-sucedida na disputa pela concessão. Avaliar outras alternativas portuárias, bem como a construção de mineroduto ou simplesmente redirecionar a produção para o mercado interno, foram opções mencionadas pelo executivo.

"Não temos previsão de reduzir nossa produção", disse.

Segundo ele, não há problema de logística para levar o minério de Minas Gerais até o Rio, onde fica a área de concessão que será leiloada pela companhia Docas.

A ferrovia MRS tem espaço suficiente para transportar o minério da Arcelor, disse o executivo.

Para transportar o minério da mina até a ferrovia, a companhia estuda se construirá rodovia, pequena ferrovia ou um mineroduto.

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