iPad, da Apple: empresa já teve problemas com fábricas de outras fornecedoras (Peter Macdiarmid/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de fevereiro de 2011 às 10h07.
Pequim - A Apple admitiu em seu recém publicado relatório sobre atividades em 2010 que 137 trabalhadores de uma fábrica em Suzhou, na província oriental chinesa de Jiangsu, foram intoxicados por uma alta exposição à substância química n-hexano, informou nesta quinta-feira a agência oficial "Xinhua".
O incidente ocorreu em uma fábrica da Wintek, fornecedora da Apple, que por sua vez pediu que ela deixasse de usar o n-hexano em sua produção.
No relatório oficial da Apple sobre os efeitos adversos de seus trabalhadores, a empresa considerou o incidente como uma violação à integridade de seus empregados.
A criadora do iPad e do iPhone também afirmou que solicitou que a Wintek melhore seu sistema de ventilação e, que após suas exigências impostas a sua sócia chinesa, os trabalhadores na fábrica não voltaram a apresentar problemas de saúde.
Como especificam as leis chinesas, a Wintek pagou o tratamento médico, alimentação e salários dos trabalhadores doentes.
Além disso, segundo o relatório da Apple, a maior parte dos contaminados já se recuperou e retornou ao trabalho.
No entanto, outro documento apresentado por uma coalizão de 36 grupos ambientalistas na China informou que vários trabalhadores foram retirados de seus cargos sem indenização.
A exposição a altos níveis de n-hexano pode causar dano ao sistema nervoso periférico e à medula espinhal causando fraqueza muscular, infertilidade masculina e inclusive paralisias.
No ano passado, outro fornecedor da Apple na China, a Foxconn, que fabrica o iPhone e o iPad, testemunhou uma onda de suicídios de seus funcionários em fábricas taiuanesa em Shenzhen (sul da China).
No relatório anual, a Apple mostrou sua "preocupação e tristeza" pelos ocorridos.