Após Petrobras, Caixa tem outras "15" operações de venda de ativos
Presidente do banco, Pedro Guimarães afirmou que a instituição vai focar no varejo e não deve ter mais investimentos em empresas não financeiras
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de junho de 2019 às 19h45.
Última atualização em 27 de junho de 2019 às 19h46.
São Paulo — Depois de se desfazer das ações ordinárias da Petrobras, o presidente da Caixa Econômica Federal , Pedro Guimarães, disse que "outras quinze" operações ainda devem ocorrer, visto que o banco público não deve ter mais investimentos em empresas não financeiras. Dessa forma, definiu a oferta da Petrobras como "emblemática". "Nós vamos focar no varejo", disse, em cerimônia em comemoração da oferta subsequente (follow on) da Petrobras , com a venda de ações detidas pela Caixa.
A Caixa levantou R$ 7,3 bilhões com a venda das ações ordinárias da Petrobras e marcou o segundo desinvestimento do banco público em 2019, que já vendeu neste ano ações do ressegurador IRB Brasil Re. Em paralelo, a Caixa prepara quatro ofertas de suas subsidiárias, a Seguridade, Cartões, a Asset e a lotérica. O executivo, contudo, não disse quando as operações devem ocorrer.
Ele disse ainda que a Caixa privilegiará operações em bolsa para esses desinvestimentos. As discussões em torno das vendas pelo banco público precisam do aval do Conselho Curador do FI-FGTS, mas o executivo comentou que o aval formal deve ocorrer em até duas semanas. Depois disso é que o banco poderá, ainda, contratar o sindicato de bancos de investimento para as operações. Outros follow ons que a Caixa fará são para venda de suas participações na Alupar e Banco do Brasil. Ainda restam também ações no IRB, mas essa venda deverá aguardar o fim do processo de reestruturação de parcerias em sua área de seguros.
Os investimentos em empresas já listadas e que já deram lucro ao banco devem ser as primeiras, visto que são os investimentos mais maduros.
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, que também participou da cerimônia, comentou que a oferta demonstrou o interesse do investidor e confiança com a gestão da companhia. "Estamos focados nos ativos em que a Petrobras é dona natural", disse. Sobre a venda das ações da petroleira detidas pela Caixa, Castello Branco comentou. "A Caixa não é um fundo de investimento para ter ações de empresas", disse.
O presidente da B3, Gilson Finkelsztain, destacou que a oferta da Petrobras é relevante ao mercado de capitais e enalteceu o fato de a Caixa ter reservado uma parcela relevante das ações para ofertar ao varejo."Esse é um sinal importante, que mostra o processo de amadurecimento do investidor brasileiro", disse.