Negócios

Após aporte de R$ 530 mi, Sólides cria superapp para se aproximar de funcionários dos clientes

A partir de aquisições e criação de produtos internamente, a mineira Sólides quer se posicionar como uma 'loja' completa para os RHs

Ricardo Kremer, da Sólides: triplicamos o número de clientes em mais de 2 anos (Sólides/Divulgação)

Ricardo Kremer, da Sólides: triplicamos o número de clientes em mais de 2 anos (Sólides/Divulgação)

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 25 de junho de 2024 às 10h15.

Última atualização em 25 de junho de 2024 às 11h16.

Tudo sobreStartups
Saiba mais

Os chamados ‘superapps’ estão na moda, com varejistas e instituições financeiras anunciando um conjunto de produtos e serviços em suas plataformas. E agora também virou uma aposta da Sólides, uma das mais conhecidas startups de recursos humanos do país.

Com sede em Belo Horizonte e dona de um software na nuvem para gestão de recursos humanos (RH), a Sólides oferece seus serviços para 30 mil clientes pelo Brasil, com um quadro que compreende cerca de 8 milhões de funcionários. Em sua maioria, empresas de pequeno e médio portes (PMEs) com até 1.000 funcionários.

A nova plataforma integra cinco aplicativos disponibilizados hoje pela startup e reúne 35 funcionalidades.

Entre elas:

  • Holerite
  • Avaliação de desempenho e plano de desenvolvimento individual
  • Registro, ajuste e controle de ponto, pedido de férias
  • Requerimento de reembolso
  • Dados pessoais
  • Comunicados internos

A ação é parte de um projeto maior perseguido pela startup comandada pela empreendedora mineira Mônica Hauck: ser um ecossistema, resolvendo todas as dores da área de recursos humanos das empresas e dos funcionários em um só lugar.

Receba primeiro as informações de negócios e empesas e saiba tudo sobre empreendedorismo. Participe do nosso canal no WhatsApp

Para onde a Sólides está olhando

A missão ganhou um novo ritmo desde o aporte de R$ 530 milhões, liderado pela gestora Warburg Pincus, no começo de 2022. No período, a startup triplicou a base de clientes, na casa dos 30.000 atualmente.

Os números acompanham a estratégia de acelerar o crescimento, tanto orgânico quanto a partir de movimentos externos.

Caso das aquisições da Tangerino, startup de controle digital de pontos e jornada de trabalho e, mais recentemente, da Folha de Pagamento Digital, da empresa de recursos humanos 2easy. Internamente, nasceu o algoritmo para analisar a tendência dos funcionários pedirem demissão, por exemplo.

Todos esses produtos estarão no superapp, que consolida os passos dados até aqui pela startup. Além disso, marca o início de uma nova relação.

"Como temos um grande desafio de melhorar a gestão de pessoas no Brasil, não tem como a Sólides ficar longe dos funcionários dos nossos clientes", afirma Ricardo Kremer, diretor de Produtos e Tecnologia (CPTO) da startup.

"Por isso, estamos unificando os apps e adicionando uma cama de autosserviço para que os funcionários tenham um RH na palma das mãos e não precisem parar a área de recursos humanos para, por exemplo, fazer uma alteração cadastral".

Segundo o executivo, a relação deve melhorar ainda a produtividade do RH dos clientes, abrindo oportunidades para atuações mais estratégicas.

A startup também está de olho num outro ganho potencial que o superapp pode destravar. Na relação com os funcionários, a Sólides pode começar a ofertar produtos financeiros. Hoje, o que chega mais próximo é a gestão de benefícios, como os vales refeição e alimentos.

"Nós estamos cada vez mais testando e olhando a aderência disso para o nosso mercado. Temos olhado para várias alternativas quando falamos do consumidor final, o B2C", diz Kremer.

Como a Sólides foi criada

Por volta de 2010, a empreendedora Mônica Hauck procurava uma nova oportunidade de negócio no setor de tecnologia, depois de ter fundado e cuidado de uma startup de controle de rebanho em fazendas. Formada em História, uma ciência humana, queria algo mais ligado ao comportamento humano em si.

Inicialmente, pensou num software que, a partir da análise de dados, permitisse a avaliação do comportamento das pessoas para corporações. A empresa como é conhecida hoje, porém, surgiu mesmo em 2015.

A ideia original de Mônica encontrou resistência para ser vendida naquele ano por causa da recessão. Como ela já fazia algo, de certa forma, para o departamento de recursos humanos, pivotou o negócio para sair da crise.

A solução veio ao olhar para um dado sobre geração de emprego no país. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mais de 78% dos novos empregos criados no país são em micro, pequenos e médios negócios nacionais.

Mônica decidiu ali que investiria em criar serviços para digitalizar esses negócios. Nestes quase 15 anos, a startup se transformou em um dos principais nomes no setor e carrega o feito de ser a HRTech com o maior cheque já recebido na América Latina.

Com o lançamento do superapp, a Sólides não inventa a roda. Acompanha uma estratégia que já acontece em outros mercados, na verdade. Mas mira novos pontos de contato, ou stakeholders - e receita.

Acompanhe tudo sobre:StartupsRecursos humanos (RH)Belo Horizonte

Mais de Negócios

Projeto premiado da TIM leva cobertura 4G a 4.700 km de rodovias

De Hard Rock a novo shopping em Santos: os planos do Grupo Peralta para o litoral de SP

Cadeias de fast food 'reféns' de robôs? CEO de rede responde

BPool projeta R$ 200 milhões em 2024 com marketplace da indústria criativa