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Antiga cúpula da Abengoa é absolvida de ação que pedia prisão

A Justiça absolveu de acusações de administração desleal e apropriação indevida o filho do fundador da companhia e o ex-CEO

Abengoa: ainda cabe recurso da sentença, que precisa ser impetrado em um prazo de cinco dias (Angel Navarrete / Bloomberg/Bloomberg)

Abengoa: ainda cabe recurso da sentença, que precisa ser impetrado em um prazo de cinco dias (Angel Navarrete / Bloomberg/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 12 de janeiro de 2018 às 21h35.

Madri - A Justiça espanhola absolveu membros da antiga cúpula da empresa de engenharia e energia Abengoa em uma ação movida após os executivos pedirem indenizações milionárias à companhia quando o grupo já enfrentava uma crise financeira que quase o levou à falência.

Em sentença anunciada nesta sexta-feira, a Justiça absolveu de acusações de administração desleal e apropriação indevida o filho do fundador da companhia, Felipe Benjumea, e o ex-CEO Manuel Sánchez Ortega. A acusação pedia penas de cinco e quatro anos de prisão para os executivos, respectivamente.

"O tribunal os absolve por entender que não ficou comprovada a administração desleal dos bens da Abengoa e que essas indenizações se adequavam à normativa legal e contratual existente", disse o tribunal.

Benjumea cobrou 11,4 milhões de euros da Abengoa, enquanto Sánchez Ortega recebeu 4,4 milhões de euros em 2015, meses antes de o grupo entrar com pedido preliminar de recuperação judicial e ficar perto de protagonizar a maior quebra de uma empresa na história da Espanha, com passivos que chegaram a rondar os 25 bilhões de euros.

Os magistrados entenderam que as cláusulas econômicas dos contratos de indenização de Benjumea e Sánchez Ortega tinham condições semelhantes à da maioria das empresas de perfis semelhantes.

Antes, uma juíza havia questionado se as indenizações faziam sentido diante dos resultados da empresa e a evolução do valor de suas ações na bolsa.

Também foram absolvidos os ex-diretores do grupo Mercedes Gracia Díez, Alicia Velarde Valiente e Antonio Fornielles Melero.

Ainda cabe recurso da sentença, que precisa ser impetrado em um prazo de cinco dias.

A Abengoa encerrou no ano passado uma dolorosa reestruturação, na qual credores e fundos assumiram dívidas e injetaram recursos na empresa em troca de assumir sua direção.

A empresa precisou fazer amplas demissões e desinvestimentos para reduzir a dívida a níveis sustentáveis.

Nos anos de maior expansão da Abengoa, entre 2011 e 2014, o faturamento anual da companhia superava os 7 bilhões de euros.

Com as dificuldades na Espanha, a Abengoa entrou também com pedido de recuperação judicial no Brasil. No final do ano passado, a empresa vendeu ativos em operação no país para o fundo norte-americano TPG em um negócio de 1,8 bilhão de reais.

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