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Ânima levanta R$ 1 bilhão com DNA Capital para ampliar Inspirali

Foco é desenvolver a vertical dedicada ao ensino de medicina

Castanho: ampliar vertical com mais tecnologia para aprendizado ao longo da vida (Divulgação/Divulgação)

Castanho: ampliar vertical com mais tecnologia para aprendizado ao longo da vida (Divulgação/Divulgação)

KS

Karina Souza

Publicado em 29 de novembro de 2021 às 19h49.

Última atualização em 29 de novembro de 2021 às 19h56.

A Ânima Educação anunciou, nesta segunda-feira, 29, o aporte de R$ 1 bilhão na vertical de medicina Inspirali. O aporte foi realizado pela DNA Capital, gestora de private equity e venture capital focada no setor de saúde. Pelo acordo, a firma de investimentos ficará com 25% do capital social da vertical, que tem um valor de avaliação (equity value) de R$ 3 bilhões.

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Com o aporte, a ideia é intensificar aquisições com foco em tecnologia para a área da saúde. A ideia casa com a forma com que a Ânima opera dentro da vertical: a Inspirali, que atualmente tem cerca de 10 mil alunos, conquistou pelo menos metade deles por meio de aquisições realizadas em 2021. Mesmo com mais alunos, a escola de ensino de medicina teve margem operacional de 67,5% antes das despesas corporativas (no acumulado de 2021), aumento de 1 p.p. em relação ao mesmo período de 2020. Num nicho tão cobiçado, o tíquete médio também aumentou 9,9% no período e hoje está em torno de R$ 7,4 mil. 

As conversas sobre o aporte surgiram pela percepção de que Ânima e DNA Capital buscavam “objetivos semelhantes” no país, segundo Daniel Castanho, presidente do Conselho de Administração da Ânima Educação. “Nós nos aproximamos, já nos conhecíamos e nos admirávamos. Há um respeito muito grande. Decidimos, em vez de disputar oportunidades semelhantes, unir forças. Inicialmente, a ideia era investir de forma conjunta em um terceiro mas, com a evolução das conversas, optamos por esse ‘casamento’”, diz o executivo. 

Apesar de nenhuma das empresas detalhar exatamente quais são os objetivos em comum a serem traçados, os executivos da Ânima dão um panorama de que a busca por tecnologia deve ser a bola da vez -- as aquisições anteriores estiveram relacionadas ao aumento da base de alunos na vertical -- para ajudar a tornar o ecossistema da vertical de ensino mais completo. O foco é abranger não só a faculdade, mas tornar a Inspirali uma plataforma de ensino para médicos ao longo de toda a vida.

“Teremos agora um parceiro de peso para continuar nesse foco de expansão e atrair outras instituições para fazer parte do ecossistema Inspirali. Há instituições de alta relevância e tradição que vão participar dessa escala que a vertical toma a partir de agora”, diz Guilherme Soárez, CEO da Inspirali.

Um parceiro de peso é uma forma de definir a DNA Capital. A gestora é, atualmente, a maior investidora de Saúde na América Latina, contando com nomes como Dasa e Viveo entre as mais de 20 empresas que fazem parte do portfólio da companhia.

O valor do aporte na Ânima é um dos maiores já realizados pela gestora de venture capital: está ao lado do realizado na follow-on realizado na Viveo há cerca de dois anos. Questionado a respeito do porquê colocar tanto dinheiro nas mãos da Ânima, Luiz Felipe Costa, sócio da DNA Capital, cita principalmente as pessoas. E a “curiosidade” em saber mais sobre esse setor a partir do investimento realizado na Sanar no último ano.

“A gente sempre acha que isso se integra muito bem com os outros investimentos, avaliamos que era um complemento de uma jogada de participar da formação do médico do futuro, influenciar a formação médica desde o início para impactar o sistema de saúde no Brasil”, diz Luiz Felipe Costa, sócio da DNA Capital.

Questionado a respeito de possíveis sinergias entre as empresas em que a gestora já tem participação, o executivo afirma que não há nada planejado até o momento e que terão de ser avaliadas parcerias caso a caso, dependendo da participação que a DNA Capital tem em cada empresa atualmente.

Recentemente, a gestora adquiriu 100% do capital social da startup Memed, tirando da operação tanto os fundadores quanto os demais acionistas (com um aporte muito menor, dada a devida proporção do tamanho do negócio). No caso da Inspirali, a ideia não é aumentar a participação da gestora, segundo o executivo. “Estamos satisfeitos com o que já temos”, diz Luiz. 

Esse é mais um movimento de consolidação no setor de saúde -- um dos principais em fusões e aquisições no ano de 2021. Segundo números da consultoria Dealogic divulgados em julho, já foram realizadas US$ 52,1 bilhões em fusões e aquisições no Brasil, superando o valor todo do ano passado, de US$ 45,9 bilhões.

Só no setor de saúde, dados da KPMG mostram que 55 negócios foram realizados no ano passado -- e em 2021, é claro que esse mercado continua aquecido. Desde fusões entre grupos consolidados como Hapvida e NotreDame Intermédica até investimentos realizados pelo grupo Sabin em tecnologia e a compra do grupo Dasa do Hospital da Bahia, fato é que a parceria entre Ânima e DNA Capital é mais um pedaço de um mercado que está em franca transformação e desenvolvimento acelerado. 

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