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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
Rio de Janeiro - A estratégia das siderúrgicas de investir na produção de minério de ferro, tão criticada pelas mineradoras antes da crise de 2008, virou uma espécie de proteção dois anos depois. Usiminas e CSN devem ser as maiores beneficiadas agora, quando o minério pode dobrar de preço. Ambas devem melhorar as suas margens com a alta mundial do aço. No caso da CSN, será possível também ganhar com a exportação do minério. Na luta por diminuir sua dependência das grandes mineradoras, que controlam o mercado de minério de ferro, muitas siderúrgicas acabaram optando pela verticalização da produção, como uma espécie de hedge mineral. Ou seja, compraram ativos que lhes garantiram o fornecimento de parte da matéria-prima, não as deixando à mercê das intempéries do mercado.
A CSN foi a primeira a apostar suas fichas na mineração, com a mina de Casa de Pedra. Com um minério considerado de alta qualidade, a mina atualmente garante todo o insumo necessário para o ciclo de produção e ainda permite que a empresa exporte o excedente, que no ano passado superou os 20 milhões de toneladas. A CSN sempre teve uma margem operacional melhor por isso. Este ano, ela deve aumentar essa margem. Além de não ter o custo do minério, a empresa ainda vai ganhar com a exportação do produto, prevê Pedro Galdi, analista da SLW Corretora.
Mesmo criticada, a Usiminas também mirou a verticalização e comprou minas com a intenção de garantir suprimento mais barato. No início de 2008, a siderúrgica adquiriu três mineradoras - J.Mendes, Somisa e Global Mineração - por um valor inicial de US$ 925 milhões. Juntas, as minas garantem cerca de 60% do minério consumido na produção da companhia.
Por ano, as minas da Usiminas produzem cerca de 5,5 milhões de toneladas de minério de ferro. Até 2014, a empresa prevê ampliar este volume para 29 milhões de toneladas/ano. A estratégia da Usiminas vai ser fortalecida em 2010, quando será montada uma nova empresa do grupo para cuidar de mineração e logística. Em nota recente, a siderúrgica informou que a ideia é atrair um sócio minoritário e depois abrir capital. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.