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Alexander McQueen transforma casamento real em sua maior vitrine

Grife mostra fôlego após a morte de seu fundador e é a preferida de personalidades como Michele Obama e Lady Gaga

Kate Middleton e príncipe William, no casamento: grife escolhida para o vestido da noiva integra o conglomerado PPR (Getty Images)

Kate Middleton e príncipe William, no casamento: grife escolhida para o vestido da noiva integra o conglomerado PPR (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2011 às 21h59.

São Paulo - Quando Kate Middleton desceu do Rolls Royce rumo à Abadia de Westminster resolvia-se o mistério do vestido da noiva. Além de esconder o modelo do noivo, como manda a tradição, a agora duquesa de Cambridge manteve em segredo qual marca havia escolhido para entrar na igreja.

Middleton escolheu casar-se com um vestido da grife britânica Alexander McQueen. A marca recentemente perdeu seu diretor de criação – Lee Alexander McQueen suicidou-se em fevereiro de 2010. A escolha da princesa é um dos indícios da sobrevivência dessa empresa, segundo Silvio Passarelli, diretor do programa de Gestão de Luxo da FAAP.

“Tudo indica uma continuidade depois da morte dele, os indícios são muito favoráveis à marca, eles vão bem. Imagino que o mesmo deve ter ocorrido da saída da Coco Chanel da Chanel. As empresas são personalidades jurídicas, têm que sobreviver à morte de seu criador”, afirma Passarelli.

Middleton, agora duquesa de Cambridge, escolheu a grife porque “desejava que seu vestido combinasse tradição e modernidade com a visão artística que caracteriza o trabalho de Alexandre McQueen”, segundo comunicado publicado no site oficial do casamento real. “Fazer o vestido da princesa, (o casamento) é um dos eventos mais midiáticos do mundo, esses momentos funcionam de forma muito positiva para o posicionamento de uma marca”, diz Passarelli.

Outra data representativa para a grife será na próxima semana, quando o Metropolitan Museum of Art, em Nova York, abrirá a exposição “Savage Beauty”, dedicada ao trabalho do estilista McQueen. Em janeiro, Michelle Obama recebeu o presidente chinês, Hu Jintao, em um jantar de gala na Casa Branca com um vestido da marca - desenhado pela nova diretora de criação. A lista de clientes da marca ainda inclui as cantoras Lady Gaga e Björk e as atrizes Cate Blanchett e Sarah Jessica Parker.

No primeiro trimestre desse ano, a grife Alexander McQueen apresentou um crescimento de dois dígitos nas vendas - com a venda rápida em todas as categorias de produtos, segundo seu controlador, o grupo PPR.

Ternos para o príncipe Charles

McQueen começou sua carreira como aprendiz de alfaiate na rua Savile Row, em Londres, e conta-se que ele teria costurado palavras obscenas no forro de costumes encomendados pelo príncipe Charles – o sogro de Kate. Fofoca ou verdade, em 2003 o estilista recebeu, da rainha Elizabeth, a medalha de cavaleiro em agradecimento a sua contribuição à moda britânica.


O estilista Lee Alexander fundou sua grife em 1992 – e vendeu, em 2001, a fatia de 51% dela para o grupo PPR, do empresário Françoies-Henri Pinault. “A marca isolada tem desempenho mais modesto, a indústria da moda é muito delicada, numa coleção menos bem sucedida você perde todos os ativos que acumulou em duas ou três coleções bem sucedidas”, diz Passarelli.

O PPR reúne diversas grifes de luxo (como Gucci, Yves Saint Laurent e Stella McCartney) além da esportiva Puma e a Fnac e obteve uma receita de 3,7 bilhões de euros no primeiro trimestre de 2011. Quase um terço desse valor (1,1 bilhão de euros) veio do segmento de luxo.

McQueen seguiu como diretor criativo da grife até sua morte, em fevereiro de 2010. A estilista Sarah Burton, que desenhou o vestido da duquesa, é a atual diretora criativa. A grife opera diretamente 13 lojas, incluindo flagships em Nova York, Londres, Milão, Los Angeles e Las Vegas, além de estar presente em quatro lojas franqueadas ou especializadas.

No primeiro trimestre de 2011, a receita do PPR cresceu 9% em relação ao mesmo período de 2010 - impulsionada pelo segmento de luxo, que aumentou 26%, e por esporte e estilo de vida, que cresceu 13%. Em 2010 o faturamento geral do grupo foi de 14,6 bilhões de euros.

 

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