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ADM amplia presença no Brasil com compra de ativos da Algar

Quando o negócio for concluído, cerca de 400 funcionários da Algar Agro serão transferidos para a norte-americana

ADM: empresa busca se fortalecer em um momento em que as "perspectivas de curto e longo prazo para a demanda mundial por alimentos continuam fortes" (Brendan McDermid/Reuters)

ADM: empresa busca se fortalecer em um momento em que as "perspectivas de curto e longo prazo para a demanda mundial por alimentos continuam fortes" (Brendan McDermid/Reuters)

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Reuters

Publicado em 16 de agosto de 2018 às 13h44.

Última atualização em 16 de agosto de 2018 às 13h46.

São Paulo - A norte-americana Archer Daniels Midland (ADM) anunciou nesta quinta-feira que fechou um acordo para compra de unidades processadoras de soja da brasileira Algar Agro, braço agroalimentar do grupo Algar, em um negócio que deve ampliar sua "pegada global" em momento de crescente demanda por alimentos.

Pelos termos da transação, que não teve valores revelados, a ADM vai se tornar proprietária das plantas integradas de esmagamento de soja e de refino e envase de óleo de soja em Uberlândia (MG) e Porto Franco (MA).

"A ADM já é o processador de oleaginosas mais diversificado do mundo, e agora estamos novamente expandindo nossas capacidades para atender à crescente demanda global", disse Greg Morris, vice-presidente sênior e presidente da unidade de oleaginosas da ADM, em nota.

Quando o negócio for concluído, cerca de 400 funcionários da Algar Agro serão transferidos para a norte-americana.

"A aquisição das plantas de esmagamento da Algar Agro em Minas Gerais e no Maranhão fortalece nossa posição nas principais regiões de demanda do Brasil e continua nosso crescimento estratégico global...", acrescentou Morris.

O executivo da ADM disse ainda que a empresa busca se fortalecer em um momento em que as "perspectivas de curto e longo prazo para a demanda mundial por alimentos continuam fortes".

No país, a ADM conta com plantas de processamento de soja em Rondonópolis (MT), Campo Grande (MS), Ipameri (GO), Joaçaba (SC) e Uberlândia (MG); uma unidade de girassol em Campo Novo dos Parecis (MT); refinarias de biodiesel em Rondonópolis e Joaçaba; e uma rede de instalações de armazenamento com capacidade total de 2,2 milhões de toneladas.

Procurado pela Reuters, o grupo brasileiro frisou que, em relação ao segmento de agronegócios (Algar Agro), "decidiu estrategicamente focar esforços na produção de grãos na Algar Farming" e que, por isso, está vendendo suas operações fabris e silos para a ADM.

"As marcas comerciais, como ABC (óleo de soja) e Raçafort (farelo de soja), foram inclusas na negociação. A operação da Algar Agro continua ininterruptamente até a transferência efetiva para ADM, o que garante que os compromissos serão irrestritamente honrados."

Em comunicado, o CEO do Grupo Algar, Luiz Alexandre Garcia, afirmou que o acordo representa "um passo importante para a implementação do portfólio" da empresa e da "estratégia de alocação de capital".

As demais operações do Grupo Algar, que vão desde telecomunicações até turismo, estão mantidas.

O acordo da Algar com ADM depende da aprovação dos órgãos reguladores, como Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), e tem previsão de ser concluído até o fim do ano.

Histórico

Em março, a Algar Agro já havia dito à Reuters que estava alterando seu foco de atuação para o mercado interno, deixando de lado as atividades de exportação de grãos.

À época, a empresa disse que seguia no radar a entrada de parceiros para suas atividades.

No ano passado, por exemplo, circulou a notícia de que a subsidiária brasileira do grupo japonês Mitsui estaria para comprar 30 por cento de participação na Algar Agro.

Para 2018, a previsão da Algar Agro era movimentar 750 mil toneladas de soja e faturar 1,3 bilhão de reais.

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