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A privatização da Eletrobras: vamos aos detalhes

Atualmente, o governo detém 63% do capital total da Eletrobras (51% via União e outros 12% via BNDESPar), e a ideia é diluir essa parcela

Eeletrobras: o valor de mercado da companhia de energia elétrica chegou a 29,25 bilhões de reais (Thinkstock/Reprodução)
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EXAME Hoje

Publicado em 23 de agosto de 2017 às 06h45.

Última atualização em 23 de agosto de 2017 às 07h29.

Os detalhes da proposta de privatização da estatal elétrica Eletrobras serão conhecidos nesta quarta-feira. O ministro de Minas e Energia, Fernando Filho, vai apresentar o plano traçado ao conselho do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), secretaria do governo federal responsável pela desestatização e pelas concessões. Ainda pairam muitas dúvidas sobre como o processo vai ocorrer, mas o mercado financeiro está em euforia. Na terça, o valor de mercado da empresa saiu de 19,9 bilhões para 29,2 bilhões de reais, numa valorização de 49% em um dia com o anúncio de privatização.

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Atualmente, o governo detém 63% do capital total da Eletrobras (51% via União e outros 12% via BNDESPar), e a ideia é diluir essa parcela. O plano do governo é emitir novos papéis e ficar, no final, com cerca de 48% do total. Porém, o governo pretende ser detentor de uma golden share, que dá ao poder público o poder de veto, e afirmou que não haverá a venda de uma parte. Além disso, será exigido que a empresa mantenha o mesmo nome e apresente um plano de revitalização do Rio São Francisco. A usina de Itaipu e a Eletronuclear devem ficar de fora do processo.

A estatal brasileira foi proposta por Getúlio Vargas, em 1954, e fundada em 1962, já na gestão João Goulart. Na década de 1990, houve a primeira leva de privatizações dentro da companhia, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, como parte do Plano Nacional de Desestatização. Agora, a nova onda de venda de ativos vem com um propósito: fortalecer o caixa do governo federal. A pressão para enxugar a Eletrobras já era grande, e está no plano privatizar 14 usinas hidrelétricas, das 47 que a companhia detém, além de todas as distribuidoras.

A precificação ainda é um desafio: hoje, mesmo valendo quase 30 bilhões de reais na bolsa, a empresa vale menos do que seu próprio patrimônio, que é de 46 bilhões de reais. Vai ficar sob encargo do conselho do PPI avaliar os detalhes do plano, por meio dos seus 11 membros titulares: presidente da república; secretário-geral do PPI; ministros da Casa Civil, da Fazenda, do Planejamento, de Minas e Energia, dos Transportes e do Meio Ambiente; e os presidente do BNDES, da Caixa e do Banco do Brasil.

Segundo cálculo da gestora 3G Radar, acionista da estatal, publicado pelo jornal Valor, o governo perdeu 228 bilhões de reais com a Eletrobras nos últimos 15 anos. É hora, agora, de um plano eficiente para que a companhia sirva de melhor forma possível os 200 milhões de brasileiros.

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